Medida faz parte de reforma estrutural e vem em meio a cortes de orçamento e redução de pessoal nas Nações Unidas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou nesta quinta-feira (18) que pretende integrar o Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD), com sede em Genebra, à Universidade das Nações Unidas (UNU), localizada em Tóquio, como parte de uma ampla reforma estrutural na organização.
Segundo autoridades da ONU, a fusão pode ocorrer a partir de 2027, caso seja aprovada e implementada conforme o planejado.
O UNRISD é conhecido por suas pesquisas em áreas como igualdade de gênero e políticas sociais. Já a UNU atua como centro de estudos avançados e oferece cursos de pós-graduação, além de realizar pesquisas sobre temas globais.
A ideia de ampliar a presença da ONU em Tóquio ganhou força após uma reunião entre Guterres e a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, em julho deste ano, na sede da ONU em Nova York. Na ocasião, Koike sugeriu que mais funções da organização fossem transferidas para a capital japonesa.
A proposta de fusão ocorre em um momento de grandes mudanças nas Nações Unidas, que celebra 80 anos em 2025. No início desta semana, a ONU anunciou um corte de cerca de 2.680 postos de trabalho e uma redução de 15% no orçamento para 2026, em comparação com o nível atual.
Esses cortes estão ligados à decisão dos Estados Unidos — principal financiador da ONU — de reduzir ou congelar seu apoio financeiro, dentro da política “America First” (América em Primeiro Lugar), do presidente Donald Trump.
Além da união entre UNRISD e UNU, a ONU divulgou um relatório com outras propostas de reestruturação. Entre elas estão:
- A fusão entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS);
- A união entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a entidade ONU Mulheres;
- O encerramento do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS (UNAIDS) até o fim de 2026.
De acordo com o comunicado oficial, essas mudanças têm como objetivo fortalecer o cumprimento equilibrado dos três pilares fundamentais da ONU: paz e segurança, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.