Com safra maior e estoques elevados, governo japonês tenta controlar preços após alta causada por calor intenso e menor produção anterior.
A demanda por arroz no Japão deve aumentar ligeiramente até junho de 2026, chegando a 7,11 milhões de toneladas, segundo estimativa divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do país.
Apesar da leve alta no consumo, a produção deve superar a demanda em cerca de 480 mil toneladas, o que pode reduzir a pressão sobre os preços, que subiram bastante nos últimos anos.
De acordo com o ministério, a colheita prevista é de 7,45 milhões de toneladas, impulsionada por um aumento no plantio em resposta à escassez recente. Além disso, os estoques privados devem atingir quase 2,3 milhões de toneladas até junho de 2026, um volume considerado anormalmente alto, se aproximando do recorde de 2015.
Pela primeira vez, o governo japonês revisou sua antiga projeção de queda contínua na demanda por arroz, que era baseada no envelhecimento da população e no aumento do consumo de pão. Agora, o ministério passou a considerar a alta no consumo doméstico e o impacto positivo do turismo, que voltou a crescer após a pandemia.
O aumento nos preços do arroz no ano passado foi causado por ondas de calor intenso, que reduziram o rendimento das plantações, além da troca de hábitos alimentares dos consumidores, que passaram a escolher o arroz em vez de pães mais caros.
Em resposta, o governo japonês anunciou em agosto uma nova política para incentivar safras maiores, com foco no uso de terras agrícolas abandonadas e no apoio aos produtores para ampliar seus canais de venda.
As medidas buscam estabilizar o mercado, garantir o abastecimento interno e manter o arroz — um alimento básico da dieta japonesa — acessível para a população.