Eleições do PLD em 4 de outubro definem sucessor de Shigeru Ishiba; Takaichi lidera nas pesquisas gerais, mas Koizumi tem apoio maior entre filiados.
A eleição presidencial do Partido Liberal Democrata (PLD), que definirá o sucessor do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, está marcada para 4 de outubro e reúne cinco candidatos. A disputa ganhou força após a renúncia de Ishiba, pressionado pelos maus resultados eleitorais do partido e pelo escândalo envolvendo fundos não declarados.
Os dois principais nomes na corrida são a ex-ministra da Segurança Econômica, Sanae Takaichi, de 64 anos, e o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, de 44 anos, filho do ex-premiê Junichiro Koizumi. Pesquisas recentes apontam Takaichi como favorita entre a população em geral, mas Koizumi aparece em vantagem entre os filiados e apoiadores do PLD.
Além deles, concorrem o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, de perfil mais moderado; o ex-ministro de Relações Exteriores, Toshimitsu Motegi; e o ex-ministro da Segurança Econômica, Takayuki Kobayashi.
Pesquisas dividem opinião entre público e filiados
Segundo levantamento do Mainichi Shimbun, Takaichi lidera com 25% de apoio popular, seguida de Koizumi com 21%. Hayashi tem 10%, Motegi 3% e Kobayashi 2%. Entre os apoiadores do PLD, no entanto, Koizumi aparece em primeiro lugar com 41%, contra 24% de Takaichi, conforme pesquisa do Asahi Shimbun.
A preferência por Takaichi se baseia principalmente em expectativas de reformas políticas e postura conservadora, enquanto Koizumi é visto como renovador, com imagem mais leve e maior atenção às questões sociais e econômicas.
Principais propostas em debate
Durante os primeiros discursos de campanha, Takaichi prometeu “defender as tradições japonesas”, adotar medidas firmes contra o excesso de turismo e endurecer regras de imigração. Koizumi, por sua vez, defendeu a redução do custo de vida, especialmente frente à alta nos preços do arroz, e sugeriu abrir diálogo com partidos de oposição para aprovar políticas prioritárias.
Outros candidatos também apresentaram suas propostas:
- Kobayashi: corte de impostos voltado às famílias e foco em ciência e tecnologia.
- Motegi: diplomacia firme, incentivo a investimentos e promessa de não aumentar impostos.
- Hayashi: flexibilização de regras para empresas, incentivo à economia verde e meta de aumento salarial real.
Contexto político delicado
O PLD e seu aliado Komeito perderam maioria nas duas casas do Parlamento, o que obriga a busca de apoio da oposição para aprovar orçamentos e projetos de lei. Isso torna a eleição interna ainda mais decisiva, já que o próximo líder precisará não apenas unificar o partido, mas também negociar alianças externas.
Com as eleições do PLD no Japão prestes a acontecer, a disputa entre Takaichi e Koizumi simboliza um choque entre tradição e renovação em um partido fragilizado por derrotas e escândalos, mas que ainda desempenha papel central na política nacional.
Com informações via Mainichi Shimbun – Link 1, Link 2 e Asahi Shimbun