Pássaros da expedição de 1912, liderada por Nobu Shirase, foram comprados durante domínio japonês e continuam preservados em Taipei
Três aves empalhadas que fizeram parte da primeira expedição japonesa à Antártida, em 1912, foram recentemente confirmadas como pertencentes ao acervo do Museu Nacional de Taiwan, em Taipei. A informação foi divulgada após uma investigação baseada em documentos históricos digitalizados.
As aves foram coletadas durante a expedição liderada por Nobu Shirase, oficial do exército japonês e explorador. Após o retorno ao Japão, a expedição enfrentou grandes dívidas, e acredita-se que um grupo de apoio tenha decidido vender as peças — incluindo os animais empalhados — ao então Museu do Governo-Geral de Taiwan, durante o período colonial japonês.
Os espécimes permaneceram no museu taiwanês mesmo após a renomeação da instituição após a Segunda Guerra Mundial.
A redescoberta foi possível graças a uma pesquisa feita por funcionários do Museu Memorial da Expedição Antártica de Shirase, localizado na cidade de Nikaho, em Akita, nordeste do Japão. Eles encontraram documentos históricos digitalizados do antigo Governo-Geral de Taiwan, mencionando a venda dos itens.
Com base nesses registros, o museu em Taiwan iniciou sua própria investigação e confirmou a identidade das três aves: um pinguim-imperador, um pinguim-de-Adélia e uma ave conhecida como águia antártica (ou skua). Uma pedra da Antártida também foi listada entre os itens à venda na época, mas não foi registrada como adquirida, sugerindo que a compra não foi concluída.
Os documentos mostram que o processo de venda foi formalizado em junho de 1913, e as aves foram registradas oficialmente no museu taiwanês em dezembro do mesmo ano.
A redescoberta dessas peças traz à tona um capítulo importante da história da exploração polar japonesa e reforça os laços históricos e culturais entre Japão e Taiwan.