O Comitê Norueguês do Nobel reconheceu a líder da oposição por sua luta pacífica por eleições livres e democracia na Venezuela, mesmo sob ameaças e perseguições.
A ativista e líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira (10) como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, reconhecida por sua atuação em defesa da democracia e por unir forças opositoras em um país marcado pela repressão política.
De acordo com o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jorgen Watne Frydnes, Machado foi escolhida por ser “uma figura unificadora em uma oposição antes profundamente dividida — uma oposição que encontrou unidade na exigência de eleições livres e governo representativo”.
Nos últimos anos, Maria Corina Machado tem enfrentado perseguições, proibições políticas e ameaças de morte. Mesmo assim, permaneceu na Venezuela, continuando sua luta por mudanças democráticas. “Apesar das graves ameaças contra sua vida, ela decidiu ficar no país. Essa escolha inspirou milhões. Quando autoritários tomam o poder, é fundamental reconhecer os defensores corajosos da liberdade”, afirmou Frydnes durante o anúncio oficial em Oslo.
Machado, que foi candidata presidencial e uma das principais vozes da oposição ao regime de Nicolás Maduro, tornou-se símbolo de resistência civil pacífica e de esperança para muitos venezuelanos.
Antes do anúncio, havia especulações de que o Prêmio Nobel da Paz poderia ser concedido ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por seu papel na mediação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. No entanto, o comitê optou por destacar a defesa da democracia e dos direitos humanos como critérios centrais para a escolha deste ano.
Especialistas lembram que o Nobel da Paz costuma premiar ações duradouras em prol da paz e da liberdade, mais do que gestos políticos de curto prazo.
O prêmio é o único dos Nobel entregue em Oslo, Noruega, enquanto os outros — Medicina, Física, Química e Literatura — são concedidos em Estocolmo, Suécia. O Prêmio de Economia será anunciado na próxima segunda-feira.
No ano passado, o Nobel da Paz foi concedido ao movimento japonês Nihon Hidankyo, que reúne sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki e atua há décadas contra o uso de armas nucleares.
Com a premiação, Maria Corina Machado se junta a figuras históricas como Nelson Mandela, Malala Yousafzai e Lech Wałęsa, reforçando o papel de líderes civis na construção da paz por meio da resistência democrática.