Sistema foi treinado com dados ambientais e sociais para identificar áreas de risco; precisão chega a 63% e pode ajudar na prevenção de ataques.
Após uma série de ataques de ursos em áreas residenciais no Japão, uma equipe da Universidade Sophia desenvolveu um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de prever a possibilidade de encontros com ursos em áreas de 1 quilômetro quadrado, com o objetivo de evitar incidentes inesperados.
Como funciona a IA:
O sistema foi treinado com dados sobre aparições de ursos-negros-asiáticos na província de Akita, entre os anos fiscais de 2021 e 2022:
- 1.736 casos com aparição de ursos
- 2.078 casos sem aparição
A IA analisou fatores como:
- Localização geográfica (latitude e longitude)
- Horário e condições climáticas
- Presença de alimentos naturais, como castanhas de faia
- Distribuição populacional
- Uso do solo (campos de arroz, áreas residenciais, bambuzais, etc.)
- Presença de estradas
Em seguida, os pesquisadores aplicaram o sistema aos dados de 2023, ano com recorde de feridos por ataques de ursos desde o início das estatísticas, dividindo Akita em seções de 1 km².

A IA alcançou:
- 63,5% de precisão nas previsões de encontros
- 63,6% de acerto nos casos reais identificados
A análise revelou que:
- Locais de aparição no ano anterior são mais relevantes do que os mais recentes
- Bambuzais e áreas úmidas apresentam maior risco
- Chuvas e tempestades influenciam os encontros
- Áreas com população envelhecida são mais vulneráveis, possivelmente devido ao abandono de terras agrícolas
Segundo o professor Yusuke Fukazawa, líder da pesquisa:
“Os ursos podem ter aprendido que há atrativos, como pés de caqui.”

Expansão e limitações:
O sistema pode ser adaptado para outras regiões, como Hokkaido, e a equipe planeja incorporar:
- Dados climáticos em tempo real
- Informações sobre abundância de alimentos naturais
- Séries temporais de aparições de ursos
Fukazawa ressalta:
“Esta IA não é suficiente por si só. Queremos que seja vista como uma fonte de informação para apoiar decisões.”
Os resultados foram publicados na International Journal of Data Science and Analytics.
Com informações via Mainichi Shimbun