Mercados asiáticos oscilam com expectativa de corte de juros nos EUA e tensão política no Japão

Alta do ouro e sinais do Fed animam investidores, mas incertezas sobre novo premiê japonês e guerra comercial com a China pressionam ações em Tóquio.

Os mercados asiáticos registraram fortes oscilações nesta semana, influenciados por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos, tensões comerciais com a China e incertezas políticas no Japão.

Alta impulsionada por sinal do Fed

Na quarta-feira (15), as bolsas da Ásia subiram com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que indicou preocupação com o mercado de trabalho. Isso aumentou a expectativa de novos cortes na taxa de juros.

“Os riscos negativos para o emprego mudaram nossa avaliação do equilíbrio de riscos”, disse Powell.

O mercado interpretou a fala como um sinal claro de que dois cortes adicionais estão no radar do Fed.

Nikkei 225 (Tóquio): +1,3%
Hang Seng (Hong Kong): +1,2%
Kospi (Coreia do Sul): +1,9%
Taiex (Taiwan): +1,4%
Shanghai Composite: +0,1%

O ouro ultrapassou US$ 4.200 por onça, acumulando alta de quase 60% em 2025, impulsionado por busca de proteção contra tarifas, instabilidade econômica e geopolítica.

Queda em Tóquio após feriado

Na terça-feira (14), o mercado japonês teve sua maior queda diária desde abril, com o Nikkei recuando 2,58% e o Topix caindo 2%.

Motivos:

Forte valorização do iene, que afeta exportadores
Venda generalizada em Wall Street na sexta-feira anterior
Incerteza sobre o novo primeiro-ministro japonês

A eleição de Sanae Takaichi como líder do PLD gerou otimismo inicial, mas a saída do Komeito da coalizão abriu espaço para uma possível vitória da oposição no parlamento, com votação prevista para 20 ou 21 de outubro.

“A queda do ‘Takaichi trade’ é um dos fatores”, disse Maki Sawada, estrategista da Nomura Securities.

Impacto nas ações e títulos

Toyota caiu 1,2%
SoftBank Group despencou 6%, ampliando perdas após recorde
Ryohin Keikaku (Muji) subiu mais de 13% após divulgação de resultados

A curva de juros japonesa também se acentuou, com investidores comprando títulos de curto prazo e vendendo os de longo prazo, refletindo a instabilidade política.