Com 13 mortes e mais de 20 mil avistamentos em 6 meses, Japão enfrenta aumento alarmante de incursões de ursos; escassez de alimentos e abandono rural agravam cenário.
O Japão vive uma crise sem precedentes envolvendo ataques de ursos, com 13 mortes registradas desde abril de 2025 e mais de 20 mil avistamentos em apenas seis meses, segundo dados oficiais divulgados em 6 de novembro. A situação é especialmente grave nas províncias do nordeste, como Akita, Iwate, Aomori e Yamagata, onde os animais têm invadido áreas residenciais e urbanas, assustando moradores e desafiando autoridades. Conforme você conferiu aqui no Portal Mirai, em Akita foi autorizada que as Forças de Autodefesa agissem e a Agência Nacional de Polícia autorizou o uso de rifles para abater os ursos.
O caso que chocou o país
O confeiteiro Keiji Minatoya, de 68 anos, sobreviveu a um ataque brutal de um urso negro asiático em Kitaakita (Akita), em 2023. Ao abrir o portão de sua garagem, foi surpreendido pelo animal, que o mordeu, arranhou e quase o escalpelou. Minatoya foi resgatado por helicóptero e levado a Akita City, onde sobreviveu após atendimento de emergência.

“O som do urro do urso está gravado na minha cabeça”, disse ele. “Bicho que ataca já aprendeu que humanos são fracos.”
Desde então, sua loja permanece fechada e ele vive em constante alerta, assim como seus vizinhos, a maioria idosos.
Causas da crise
A população de ursos negros asiáticos triplicou desde 2012, impulsionada por restrições à caça e políticas de conservação. Ao mesmo tempo, houve uma quebra catastrófica na safra de nozes de faia, principal alimento dos ursos antes da hibernação. Em Akita, 46 dos 48 locais monitorados não produziram nada; em Iwate, 21 dos 24 também ficaram sem colheita.
Com fome, os ursos têm se aproximado de cidades e vilarejos, entrando em garagens, lojas, casas e até ryokans, como o caso recente em Yamagata, onde uma família ficou presa por quatro horas até que caçadores abatessem o animal.
Medidas emergenciais
O governo japonês autorizou o envio de tropas militares para ajudar caçadores a instalar armadilhas e realizar abates seletivos. A cidade de Kitaakita pede que moradores:
- Colham frutas antes que atraiam animais
- Cortem árvores próximas às casas
- Evitem deixar quintais abandonados
Mas o despovoamento rural dificulta a ação. Casas vazias e jardins tomados pelo mato oferecem abrigo e alimento para os ursos.
Visualização e alerta
Um vídeo publicado no X (antigo Twitter) mostra a distribuição dos ataques desde abril até 4 de novembro de 2025, com:
- Pontos amarelos: pessoas feridas
- Pontos vermelhos: pessoas mortas
