Aumento de ataques de ursos no Japão afeta turismo em Akita e Shirakawa-go

Avistamentos em Akita saltam 6x para >8.000 em 2025; 220 feridos nacionalmente, com 13 mortes – EUA, China e Reino Unido emitem alertas.

Em outubro de 2025, o distrito de entretenimento Kawabata, no centro de Akita (norte do Japão), registrou queda de 16,8% no número de visitantes noturnos (18h-21h de sextas-feiras), de 5.300 para 4.400 por hora, segundo levantamento da NHK baseado em dados anônimos de celulares da Agoop (com consentimento de usuários). A redução de 900 pessoas também representa -13,9% ante setembro, atribuída ao aumento exponencial de avistamentos de ursos na cidade.

Em Akita, os avistamentos cresceram 6 vezes para mais de 8.000 em 2025, com 54 ataques desde abril, incluindo uma morte e sete feridos só em outubro. Um parque próximo a Kawabata teve acesso controlado após incidentes, e o Senshu Park foi fechado temporariamente desde 26 de outubro devido a repetidos avistamentos.

Ataques em Shirakawa-go e Medidas Locais

Na vila montanhosa de Shirakawa-go (Gifu, centro do Japão), Patrimônio Mundial da UNESCO com casas de telhado de palha, o aumento de ursos transformou a tranquilidade em alerta máximo. Shiroki Mitsunari, 40 anos, funcionário local, relata que avistamentos saltaram de 35 em 2024 para mais de 100 em 2025. Em outubro, um filhote atacou um turista espanhol, causando ferimentos leves, o primeiro incidente em 12 anos.

Visitantes tiram fotos de lembrança ao lado de uma placa de aviso sobre ursos em Shirakawa-go, um ponto turístico popular e um dos Patrimônios Mundiais da UNESCO no Japão, na vila de Shirakawa, província de Gifu, Japão, em 15 de novembro de 2025. (Imagem via Asahi)

Autoridades capturaram seis ursos com armadilhas de mel perto do sítio histórico e derrubaram árvores frutíferas para reduzir atrativos. Visitantes recebem alertas para caminhar em grupos, usar sinos anti-ursos e evitar áreas remotas. A família chinesa de Cornelia Li (25 anos, de Xangai) optou por hotéis urbanos em vez de rurais, citando notícias nas redes sociais.

Em Hida (a 1h de Shirakawa), testes com drones equipados com latidos de cães e fogos visam proteger pomares de maçãs e pêssegos, 78 avistamentos em 2025 vs. 11 em 2024. O chefe da cooperativa local, Masahiko Amaki, descreve o “medo constante”: “Eles te encaram… é assustador.”

Alunos de Shirakawa recebem sinos e voltam para casa em grupos, especialmente ao amanhecer/entardecer.

Crise Nacional: 13 Mortes e Desdobramentos

Nacionalmente, 220 feridos em ataques de ursos desde abril de 2025, recorde histórico com 13 mortes, sete só em outubro (pico pré-hibernação). Em Akita e Iwate, o exército japonês foi mobilizado para caça e armadilhas. Incidentes incluem urso em supermercado de Numata (outubro, feridos sem mortes) e ataques em Gojome (9/11: duas mulheres feridas).

Causas: população de ursos-negros-asiáticos triplicou desde 2012 (redução de caça); mudanças climáticas cortam alimentos naturais (bolotas, nozes); despovoamento rural cria “terras abandonadas” atrativas.

Família de ursos avistados no norte do Japão (Imagem de arquivo)

Alertas internacionais: EUA, China e Reino Unido emitiram avisos de viagem para Akita, Hokkaido e áreas norte. O consulado americano em Sapporo fechou parque adjacente por duas semanas.

Eventos afetados: luzes de outono em Shirakawa-go canceladas.

Dekasseguis em Akita e Gifu, regiões rurais com alta concentração nikkei em agricultura e turismo, enfrentam medos diários: fazendeiros relatam “sustos” em pomares e escolas nikkei distribuem sinos.

Com informações via Asahi Shimbun