Takaichi prioriza minerais e IA na cúpula do G20 na África do Sul. Casa Branca critica “pressa” na declaração final e Trump não comparece.
A Primeira-Ministra do Japão, Sanae Takaichi, encerrou sua participação na cúpula do Grupo dos 20 (G20) na África do Sul neste domingo, destacando a urgência em diversificar as redes de fornecimento de recursos naturais e promover o uso seguro da Inteligência Artificial. O evento, no entanto, foi marcado por tensões diplomáticas, com a ausência do Presidente dos EUA, Donald Trump, e fortes críticas da Casa Branca à declaração final do encontro.
Minerais Críticos e Inteligência Artificial
Durante a sessão final da cúpula em Joanesburgo, Takaichi enfatizou que um suprimento estável de minerais essenciais é crucial para a economia global.
- Diversificação: A premiê apontou as crescentes preocupações com controles de exportação e a distribuição geográfica desigual desses recursos. Ela definiu como medida urgente a correção desses controles e a “ampliação resoluta” dos esforços para diversificar as fontes de fornecimento.
- Futuro da IA: Takaichi também abordou o papel da tecnologia, afirmando que o uso eficaz da Inteligência Artificial (IA) pode ser uma força motriz para o desenvolvimento econômico. Ela manifestou a intenção de criar sistemas seguros e confiáveis, focando na prevenção de riscos de segurança.
Diplomacia e Tensões com a China
Nos bastidores da cúpula, Takaichi manteve uma agenda cheia de encontros bilaterais para confirmar a cooperação em economia e segurança. Ela realizou conversas individuais com:
- Friedrich Merz: O Chanceler da Alemanha.
- Keir Starmer: O Primeiro-Ministro britânico.
- Narendra Modi: O Primeiro-Ministro indiano.
Apesar de participar das sessões ao lado do Primeiro-Ministro chinês, Li Qiang, os dois líderes não se falaram diretamente. A falta de contato reflete a tensão diplomática atual, visto que Pequim reagiu fortemente a observações recentes de Takaichi no Parlamento japonês sobre Taiwan.
Em sessões sobre a economia global, a líder japonesa defendeu reformas na Organização Mundial do Comércio (OMC), reafirmando que um sistema multilateral de livre comércio é a base da economia mundial.
Polêmica na Declaração Final e Ausência dos EUA
A cúpula, presidida pelo líder sul-africano Cyril Ramaphosa, encerrou-se com uma declaração que foca na sustentabilidade das dívidas de nações de baixa renda e no suporte à exploração de minerais em países em desenvolvimento. Ramaphosa buscou colocar o crescimento da África no centro da pauta.
No entanto, o cenário foi turbulento em relação aos Estados Unidos:
- Ausência de Trump: O Presidente Donald Trump não compareceu, argumentando que o governo anfitrião “persegue a minoria branca do país”.
- Reação da Casa Branca: Washington reagiu fortemente à adoção do documento final. A Casa Branca disse à agência Reuters que a África do Sul se “apressou” em divulgar a declaração, ignorando objeções vigorosas dos EUA, e acusou o país de transformar a presidência do G20 em uma “arma política”.
Os Estados Unidos assumirão a presidência do G20 em 2026. Takaichi partiu da África do Sul no domingo e deve chegar ao Japão na noite desta segunda-feira.
