Comitê será liderado por um juiz e terá relatório totalmente divulgado; doações já ultrapassam HK$ 3 bilhões para ajudar vítimas da pior tragédia em décadas
O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, anunciou nesta terça-feira a criação de um comitê independente para investigar as causas do grande incêndio que atingiu um conjunto habitacional na semana passada, deixando 156 mortos e cerca de 30 pessoas desaparecidas. Segundo Lee, um juiz será convidado a liderar o grupo, e todas as conclusões serão “totalmente divulgadas”. O objetivo também é propor reformas no sistema de obras e evitar novas tragédias.
O incêndio ocorreu na quarta-feira passada e atingiu sete das oito torres do conjunto Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, no norte da cidade, onde viviam mais de 4 mil moradores. As chamas teriam começado na parede externa de um dos prédios e se espalhado rapidamente por placas de espuma usadas em uma obra de reforma. Todo o complexo, de cerca de 30 andares, estava coberto por andaimes de bambu e telas verdes de proteção.
Enquanto as investigações começam, a população e empresas têm mobilizado grandes quantias para ajudar as vítimas. De acordo com a imprensa local, já foram arrecadados cerca de HK$ 3 bilhões (aproximadamente US$ 385 milhões), tornando-se uma das maiores campanhas de doações da história recente de Hong Kong.
Entre os doadores está o músico japonês Yoshiki, que contribuiu com US$ 100 mil por meio de sua fundação nos Estados Unidos para a Cruz Vermelha de Hong Kong. Em mensagem publicada em seu site, ele afirmou ter grande carinho pelo público local e desejou “que o alívio chegue rapidamente e que a comunidade possa começar a se curar”.
Grandes empresas também participam do esforço, incluindo o grupo de tecnologia Alibaba e a fabricante de veículos elétricos BYD, que prometeram doações acima de HK$ 10 milhões cada. Segundo o jornal Wen Wei Po, apenas pela plataforma Alipay, do Alibaba, cerca de 420 mil pessoas já doaram um total de HK$ 180 milhões.
O governo de Hong Kong informou ainda que cidadãos da própria cidade contribuíram com cerca de HK$ 1,3 bilhão até segunda-feira, mostrando forte solidariedade diante do pior incêndio em décadas na região.
