Governador de Hokkaido autoriza reativação de reator nuclear em Tomari após 12 anos parado

Unidade 3 da usina, desligada desde o desastre de Fukushima, deve voltar a operar em 2027 após cumprir exigências de segurança

O governador de Hokkaido, Naomichi Suzuki, aprovou nesta quarta-feira a reativação do mais novo reator nuclear do Japão, localizado na usina de Tomari. A decisão representa um avanço importante para a operadora Hokkaido Electric Power Co., que pretende retomar as operações da Unidade 3 no início de 2027.

O reator, que começou a operar em 2009, está desligado desde 2012 — um ano após o desastre nuclear de Fukushima. A Unidade 3 já passou pelas inspeções de segurança da autoridade reguladora nuclear japonesa, cumprindo uma das etapas essenciais para sua reabertura.

Suzuki confirmou sua decisão durante uma sessão da comissão orçamentária da assembleia de Hokkaido, reiterando a posição que já havia manifestado em novembro. Ele concluiu na terça-feira as verificações presenciais de segurança e as audiências com quatro municípios vizinhos, condições que ele havia estabelecido para dar o aval final.

Com a aprovação dos líderes municipais, a Hokkaido Electric Power está construindo um quebra-mar de 19 metros acima do nível do mar, atendendo às exigências de reforços estruturais para a retomada da operação.

Segundo o governador, reativar o reator é uma “escolha realista”, especialmente diante da expectativa de aumento na demanda por energia no país. O crescimento acelerado de centros de dados para inteligência artificial tem ampliado fortemente o consumo elétrico, principalmente nas áreas urbanas.

A decisão segue um movimento nacional de retomada gradual da energia nuclear. Em novembro, o governador de Niigata autorizou a reativação de dois reatores da usina de Kashiwazaki-Kariwa — o primeiro sinal verde para a Tokyo Electric Power desde o acidente de Fukushima, um dos piores da história.

Com a aprovação em Hokkaido, o Japão dá mais um passo rumo ao reforço de sua matriz energética, buscando equilibrar segurança, custos e demanda crescente.