Bonenkai mudam no Japão e jovens mostram mais interesse nas festas de fim de ano

Pesquisa revela que confraternizações de trabalho deixam de ser obrigação e passam a ser opção

Com a chegada do fim do ano, muitas empresas no Japão realizam as tradicionais festas de encerramento chamadas de bonenkai. Conhecidas por serem eventos noturnos com colegas de trabalho e clientes, essas confraternizações estão mudando de formato e até de horário, segundo uma pesquisa recente.

Um levantamento online feito entre outubro e novembro com 1.035 pessoas de 20 a 60 anos mostrou que apenas 12,2% disseram que realmente querem participar de festas de fim de ano da empresa. Outros 24,7% afirmaram que “talvez queiram participar”. O estudo foi realizado pelo instituto de pesquisa gastronômica Hot Pepper, ligado ao grupo Recruit.

De acordo com Naoki Tanaka, diretor do instituto, a pandemia da COVID-19 mudou a forma como esses eventos são vistos. “As festas de empresa deixaram de ser uma obrigação e passaram a ser uma escolha”, explicou.

A pesquisa também apontou diferenças entre as gerações. As pessoas na faixa dos 30 anos foram as mais interessadas, com 43% dizendo que querem ou talvez queiram participar. Em seguida aparecem os jovens de 20 anos, com 41,8%. Já entre pessoas de 50 e 60 anos, quase 70% afirmaram que não querem ou preferem não participar de confraternizações de trabalho.

Curiosamente, quando o assunto são festas de fim de ano com amigos e conhecidos, cerca de 70% a 80% dos entrevistados, em todas as faixas etárias, demonstraram vontade de participar.

Segundo Tanaka, o maior interesse dos jovens pode estar ligado ao período da pandemia. Muitos deles passaram a época de estudantes com poucas oportunidades de encontros sociais, o que aumentou a vontade de participar desse tipo de evento agora.

Outro ponto de mudança é o horário das festas. O horário mais popular é das 18h às 21h, escolhido por 61,5% dos entrevistados. Em segundo lugar aparecem as festas realizadas durante o dia, entre 12h e 15h, com 11,5% das respostas, superando as confraternizações que vão até tarde da noite.

Para o pesquisador, eventos durante o dia interferem menos na vida pessoal dos funcionários e, quando não envolvem álcool, também reduzem o risco de assédio, tornando o ambiente mais confortável para todos.