Motor de segundo estágio do foguete H3 sofre corte prematuro, impedindo que o satélite Michibiki No. 5 atingisse a órbita planejada pela JAXA.
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) confirmou que o oitavo lançamento do foguete H3 falhou na manhã desta segunda-feira (22). O veículo, que decolou do Centro Espacial Tanegashima às 10h51, não conseguiu entregar sua carga, o satélite de geolocalização Michibiki No. 5, devido a uma interrupção inesperada no motor de segundo estágio cerca de 30 minutos após o lançamento.
Cronologia e Detalhes da Falha Técnica
O lançamento do H3 já havia enfrentado adiamentos desde o dia 7 de dezembro devido a anomalias técnicas no foguete e nas instalações de solo.
- O Incidente: O motor de segundo estágio deveria realizar duas combustões. A segunda fase de queima, prevista para durar quatro minutos, parou quase imediatamente após o início.
- Investigação Inicial: Dados preliminares indicam uma queda de pressão em um tanque de combustível de hidrogênio.
- Histórico do Modelo: Este é o segundo fracasso do H3; o primeiro ocorreu em março de 2023. Entre as duas falhas, o Japão acumulou cinco lançamentos bem-sucedidos do modelo.
Abaixo você pode acompanhar o momento do lançamento e o momento que foi notificado a falha do foguete:
Impacto no “GPS Japonês” e em Missões Futuras
O Michibiki No. 5 faz parte do Sistema de Satélites Quasi-Zenith (QZSS), uma rede projetada para operar em conjunto com o GPS dos EUA, garantindo precisão de posicionamento de quase 100% no território japonês, incluindo áreas montanhosas e centros urbanos densos.
| Objetivo do Sistema | Status Atual | Consequência da Falha |
| Cobertura Nacional | Meta de 7 satélites até março. | Provável atraso na conclusão do sistema. |
| Acurácia de Dados | Vital para smartphones e navegação. | Redução na redundância do sinal. |
| Exploração Espacial | Suporte às luas de Marte e ISS. | Hiato no cronograma de transporte de suprimentos. |
“Seria impossível realizar o próximo lançamento sem determinar a causa desta falha e implementar medidas preventivas”, afirmou o gerente do projeto, Makoto Arita.
O Futuro do Programa Espacial Japonês
O Japão opera seu sistema de geolocalização próprio desde 2018 para reduzir a dependência exclusiva da tecnologia norte-americana. A JAXA planejava expandir a rede para até 11 satélites para garantir segurança em caso de problemas técnicos. Com este revés, a investigação sobre o motor do segundo estágio torna-se a prioridade absoluta, podendo paralisar outros lançamentos estratégicos previstos para este ano fiscal.
Com informações via Mainichi Shimbun e NHK World
