Pesquisa revela aprovação de 68% para o gabinete Takaichi, enquanto população apoia corte de impostos, mas teme dívida nacional.
O gabinete da primeira-ministra Sanae Takaichi encerra o ano de 2025 com uma base de apoio sólida e resiliente. Segundo a mais recente pesquisa do jornal Asahi Shimbun, realizada nos dias 20 e 21 de dezembro, a taxa de aprovação do governo manteve-se em 68%, consolidando três meses consecutivos de índices próximos a 70% desde sua posse.
A desaprovação permanece baixa, em 19%, refletindo uma recepção positiva às políticas de “fiscalismo proativo” e à postura assertiva da primeira-ministra no cenário internacional.
Economia e Diplomacia: O Equilíbrio de Takaichi
Mesmo com o aumento das tensões diplomáticas com Pequim após declarações sobre Taiwan, a população japonesa parece respaldar a firmeza da premiê. Além disso, o fim da “Diplomacia do Panda”, com o retorno dos animais do Zoológico de Ueno à China, não abalou o governo; 70% dos japoneses afirmaram que não há necessidade de pedir novos pandas, sinalizando uma mudança na percepção pública sobre as relações bilaterais.
No plano interno, o governo alcançou uma vitória política ao selar um acordo com o Partido Democrático para o Povo (DPP) para elevar o limite de isenção do imposto de renda.
| Medida Econômica | Aprovação Popular | Detalhes |
| Aumento do Limite de Isenção | 75% | Piso sobe para 1,78 milhão de ienes em 2026. |
| Redução de Cadeiras na Dieta | 73% | Proposta de corte de 10% nos assentos da Câmara Baixa. |
| Gestão da Inflação | 46% | Opiniões divididas sobre eficácia contra preços altos. |
| Coalizão LDP-Nippon Ishin | 56% | Maioria aprova a entrada do partido de inovação no bloco. |
A “Sombra” da Dívida Pública
Apesar do entusiasmo com o corte de impostos (que aumentará a renda disponível das famílias), o método de financiamento gera apreensão. O governo planeja emitir novos títulos públicos para cobrir um rombo de até 700 bilhões de ienes, o que acende o alerta sobre a saúde financeira do país.
- Preocupação Fiscal: 71% dos entrevistados dizem estar preocupados com a deterioração das finanças nacionais.
- Dilema do Crescimento: A sociedade está dividida sobre gastar mais para crescer: 46% consideram positivo o aumento da dívida a curto prazo para estimular o PIB, enquanto 42% desaprovam a prática.
Coalizões e Futuro Político
O cenário político japonês está em mutação. Após a saída do Komeito do bloco governista em outubro, a entrada do Nippon Ishin (Partido da Inovação do Japão) na coalizão foi bem recebida por 56% dos eleitores.
Quanto ao DPP, que negociou o corte de impostos, o público ainda está hesitante: 47% acreditam que o partido deve manter-se apenas como colaborador externo e não entrar oficialmente na coalizão de governo, contra 33% que defendem a união formal.
