Com milhares de controladores ultrapassando a vida útil, autoridades temem falhas ou quedas de equipamentos em vias públicas.
Aproximadamente 24,3% dos semáforos do Japão estavam com a vida útil vencida no ano fiscal de 2023, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Polícia (NPA). O número levanta preocupações sérias quanto ao risco de falhas nos sinais ou até mesmo colapsos físicos sobre as vias, o que pode causar acidentes graves.
De acordo com a agência, a vida útil dos controladores eletrônicos dos semáforos é estimada em 19 anos. No entanto, cerca de 49.684 unidades já ultrapassaram esse limite e seguem em operação em todo o país.
Este é o quarto ano consecutivo em que a taxa de semáforos vencidos permanece acima de 24% — o que revela uma estagnação na renovação do sistema de sinalização viária no arquipélago.
O relatório aponta que a probabilidade de mau funcionamento de um semáforo aumenta significativamente entre 17 e 20 anos após sua instalação. Em 2023, foram registrados 838 incidentes com sinais de trânsito, sendo que 473 envolviam equipamentos com mais de 19 anos de uso.
“A manutenção ficou mais difícil à medida que o número de semáforos cresceu. Muitos dos equipamentos estão envelhecidos e vemos casos recorrentes de postes e placas caindo nas ruas”, afirmou um alto funcionário da NPA.
O número de semáforos no Japão passou de cerca de 100 mil em 1980 para mais de 200 mil a partir de 2009. Cada substituição de sistema de semáforo custa ao menos 1,4 milhão de ienes (aproximadamente R$ 67 mil ou US$ 9.600), incluindo instalação e equipamentos.
A preocupação com a infraestrutura viária envelhecida vem crescendo, especialmente após episódios recentes como o afundamento de uma via em Saitama, ao norte de Tóquio, em janeiro deste ano. O incidente engoliu um caminhão e seu motorista, reacendendo os debates sobre o estado de conservação das estruturas públicas no país.