Nikkei fecha em queda de 1,3% com pressão do iene forte e incerteza antes de encontro com EUA

Exportadoras como Toyota e Honda recuam, enquanto ações domésticas e setor de papel sobem com apostas internas.

O principal índice da bolsa japonesa, o Nikkei 225, fechou esta segunda-feira, dia 21, em queda de 1,3%, atingindo 34.279,92 pontos, pressionado por uma valorização do iene frente ao dólar, que afetou diretamente ações de exportadoras. O índice Topix, mais amplo, caiu 1,2%, para 2.528,93 pontos.

Analistas apontam cautela no mercado
Segundo Shuutarou Yasuda, analista do Tokai Tokyo Intelligence Laboratory, houve alguma recompra de ações durante o pregão, mas sem força suficiente para reverter a tendência de baixa: “O mercado ainda não está pronto para um movimento de risco. Não é como no início do mês, quando quedas do índice provocavam vendas mais agressivas.”

A valorização do iene para o maior nível em sete meses frente ao dólar ocorreu em meio a incertezas nos ativos norte-americanos, intensificadas pelas recentes críticas do ex-presidente Donald Trump ao Federal Reserve.

Exportadoras sofrem com o câmbio
Empresas exportadoras foram duramente atingidas pela moeda mais forte, que diminui os lucros obtidos no exterior quando convertidos para o iene:
Toyota Motor: -2,9%
Honda Motor: -1%
Suzuki Motor: -3,9%

O mercado agora aguarda com atenção o encontro entre o ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que acontecerá esta semana em Washington, com discussões focadas nas flutuações cambiais.

Setores domésticos se destacam
Apesar do clima negativo, ações voltadas para o mercado interno registraram desempenho mais estável:
Setor ferroviário: +0,86%
Setor de varejo: +0,03% (estável)

O setor de papel e celulose foi o destaque do dia, com alta de 3,5%, sendo o melhor entre os 33 subíndices da Bolsa de Tóquio. A gigante do setor, Oji Holdings, saltou 6,68%, após anunciar recompra de ações e aumento na distribuição de dividendos.

Outra alta significativa foi da Nitori Holdings (+2,8%), rede de móveis e decoração que depende de importações, e pode se beneficiar com o câmbio forte na compra de materiais.