Crime brutal cometido perto de escola japonesa gerou comoção internacional e preocupação com segurança de cidadãos japoneses na China.
Uma fonte diplomática informou que o chinês Zhong Changchun, condenado por esfaquear e matar um menino japonês de 10 anos na cidade de Shenzhen, sul da China, foi executado.
O crime ocorreu em setembro de 2023, quando o menino, filho de pai japonês e mãe chinesa, foi atacado próximo a uma escola japonesa. Zhong foi condenado à morte em janeiro deste ano e não apresentou recurso à sentença.
Durante o julgamento realizado em 24 de janeiro, Zhong expressou o desejo de conversar com a família da vítima e com representantes da Embaixada do Japão, mas não declarou ter como alvo cidadãos japoneses, segundo o embaixador japonês na China, Kenji Kanasugi.
Ainda segundo o diplomata, o agressor teria comprado a faca com a intenção de chamar atenção nas redes sociais por meio do ato violento, conforme consta na decisão judicial.
O menino morreu no dia seguinte ao ataque, ocorrido enquanto ele ia para a escola japonesa.
O ataque aconteceu justamente no 93º aniversário do Incidente da Manchúria — episódio marcante que deu início à invasão japonesa no nordeste da China em 1931. O simbolismo da data aumentou a comoção e levantou especulações sobre motivações nacionalistas, embora o tribunal não tenha caracterizado o crime como um ato político.
Na semana passada, autoridades japonesas também confirmaram a execução de outro homem chinês condenado por matar uma mulher chinesa e ferir dois japoneses em um ataque com faca próximo a um ponto de ônibus escolar japonês em Suzhou, no ano passado.
As duas mortes violentas envolvendo cidadãos japoneses geraram grande repercussão e preocupação entre as comunidades nipônicas na China. O governo japonês reiterou pedidos a Pequim para reforçar a segurança dos japoneses que vivem no país.