Gigante japonesa vai demitir 5 mil funcionários no Japão e 5 mil no exterior após queda nos lucros; presidente pede desculpas e devolve parte do salário.
A Panasonic anunciou nesta sexta-feira, dia 9, que irá cortar 10 mil empregos em todo o mundo, cerca de 5% de sua força de trabalho, como parte de uma ampla reestruturação para aumentar a eficiência e enfrentar desafios financeiros. Segundo a empresa, metade das demissões ocorrerá no Japão e a outra metade no exterior, com parte dos funcionários podendo optar por aposentadoria antecipada.
A decisão ocorre após a Panasonic registrar uma queda de 17,5% no lucro líquido no último ano fiscal, encerrado em março, totalizando 366,21 bilhões de ienes. As vendas também caíram 0,5%, atingindo 8,46 trilhões de ienes. Para o próximo ano fiscal, a expectativa é de nova queda: lucro deve recuar 15,3% e as vendas, 7,8%.
O presidente da Panasonic, Yuki Kusumi, assumiu a responsabilidade pela situação e afirmou sentir-se envergonhado. Em coletiva online, Kusumi prometeu devolver cerca de 40% de sua remuneração e afirmou que busca “construir uma organização em que cada funcionário seja altamente produtivo”.
O corte de empregos faz parte de um plano maior de reestruturação que inclui o fechamento de operações pouco lucrativas, revisão da estrutura organizacional e consolidação de unidades de negócios. A Panasonic também pretende incentivar a aposentadoria antecipada e reavaliar o número de funcionários necessários em cada setor, especialmente em áreas administrativas e de vendas.
A empresa espera, com as reformas, melhorar seus lucros em mais de 300 bilhões de ienes até o ano fiscal de 2028. Analistas destacam que a Panasonic enfrenta forte concorrência internacional e mudanças rápidas no mercado de eletrônicos, o que pressiona por adaptações e cortes de custos.
Esta não é a primeira vez que a Panasonic realiza demissões em massa; em 2001, ainda como Matsushita Electric, a empresa cortou cerca de 13 mil postos de trabalho em resposta a dificuldades econômicas.