Ataque em estação: Suspeito diz querer “alertar pais sobre pressão educacional”

Homem de 43 anos foi preso após ferir estudante universitário na estação Todaimae; ele alegou dificuldades financeiras e críticas à obsessão por educação.

Um homem de 43 anos foi preso após atacar com uma faca um estudante universitário na estação Todaimae, da linha Tokyo Metro Namboku, em Tóquio, na última terça-feira, dia 7. Segundo a Polícia Metropolitana, o suspeito, Yoshitaka Toda, admitiu o crime e afirmou que queria “mostrar aos pais do Japão que o excesso de pressão educacional pode levar os filhos ao crime”.

O ataque ocorreu por volta das 8h da manhã, quando o estudante de 20 anos se preparava para embarcar no metrô. Toda, que se mudou de Tóquio para a vila de Ikusaka, em Nagano, há quatro anos, foi detido no local e encaminhado para a promotoria sob suspeita de tentativa de homicídio e violação da lei de porte de armas brancas.

De acordo com as investigações, o suspeito inicialmente permaneceu em silêncio, mas depois confessou o crime, relatando que sofreu com pais excessivamente exigentes na infância, o que o levou a abandonar a escola. Ele disse ainda que, além da intenção de alertar a sociedade, sua situação financeira precária também influenciou a decisão de cometer o ataque.

Sobre a escolha do local, Toda explicou que a estação Todaimae foi selecionada por remeter à Universidade de Tóquio, símbolo da obsessão nacional por sucesso acadêmico. O estudante atacado era aluno da instituição, mas o suspeito afirmou que o escolheu aleatoriamente, apenas por estar próximo.

Moradores da vila onde Toda vivia relataram surpresa com o ocorrido. Segundo vizinhos, ele era visto como uma pessoa cordial, participava de atividades locais e não demonstrava sinais de problemas emocionais. Uma moradora afirmou: “Ele sempre foi educado, nunca imaginei que faria algo assim”.

Estudantes da Universidade de Tóquio se pronunciaram, condenando o ataque e afirmando que, embora compreendam a pressão por resultados, a violência nunca é justificável. Um deles declarou: “Há outras formas de expressar insatisfação, envolver terceiros inocentes é inaceitável”.

A polícia segue investigando os detalhes do caso e possíveis motivações adicionais.