Nissan amplia corte de empregos para 20 mil e planeja fechar fábrica no Japão

Após o anúncio de corte da Panasonic, a Nissan foi a próxima a anunciar suas medidas drástica no Japão e no mundo.

Em meio a uma profunda crise financeira e queda nas vendas, anunciou nesta segunda, dia 12, que ampliará o corte de empregos para cerca de 20 mil trabalhadores globalmente, mais do que o dobro dos 9 mil demitidos inicialmente previstos em novembro do ano passado. A redução representa cerca de 15% da força de trabalho total da montadora.

Além dos cortes, a empresa está considerando o fechamento de uma fábrica doméstica no Japão como parte dos esforços para otimizar sua capacidade produtiva, que vem sendo reduzida em resposta à retração do mercado. A Nissan opera atualmente cinco plantas de montagem no Japão, e a possível decisão de fechar uma delas deve enfrentar forte resistência dos sindicatos e demais partes interessadas.

A montadora japonesa enfrenta um cenário financeiro delicado, com previsão de prejuízo líquido entre 700 bilhões e 750 bilhões de ienes (aproximadamente 4,7 a 5 bilhões de dólares) no ano fiscal encerrado em março de 2025, o maior da história da empresa. O impacto negativo decorre principalmente dos custos de reestruturação e da queda nas vendas, especialmente nos mercados dos Estados Unidos e China.

Desde a chegada do novo CEO Ivan Espinosa em abril, a Nissan tem revisto sua estratégia de investimentos e buscado alternativas para reverter o quadro negativo. Recentemente, a empresa abandonou planos de construção de uma fábrica de baterias para veículos elétricos na província de Fukuoka, poucos meses após firmar acordo com autoridades locais.

A crise da Nissan se agravou após o fracasso das negociações de fusão com a Honda Motor Co., encerradas em fevereiro, quando a proposta da Honda de tornar a Nissan sua subsidiária foi rejeitada pela diretoria da montadora japonesa.

A Nissan também anunciou redução de cerca de 20% na capacidade global de produção até o ano fiscal de 2026, com fechamento de três fábricas, incluindo uma na Tailândia, e cortes significativos nos turnos operacionais de unidades nos Estados Unidos.