Estudo da pasta da saúde do MHLW destaca barreiras psicológicas e sociais para o diagnóstico precoce, apesar da disponibilidade de novos tratamentos eficazes.
Uma pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW) revelou que apenas 7% das pessoas que foram identificadas em exames como suspeitas de demência ou comprometimento cognitivo leve (MCI) buscaram atendimento médico para avaliação detalhada. O estudo, conduzido em 2024 pelo Centro Nacional de Pesquisa em Medicina do Envelhecimento, abrangeu 40 municípios e envolveu cerca de 13.800 pessoas acima de 60 anos.
Entre os 2.567 participantes acompanhados em 19 municípios das regiões de Hokkaido, Akita e Aichi, 1.083 receberam recomendação para consultar um médico após os exames de triagem, que incluíram testes com aplicativos e realidade virtual. Contudo, apenas 79 pessoas seguiram a recomendação.
As principais razões para a baixa procura médica foram o sentimento de “estar saudável e não precisar” (42%), seguido por “ser muito incômodo” (12%) e “esquecer” (7%). Especialistas apontam que a negação da doença e o medo do estigma associado à demência contribuem para essa resistência.
No final de 2023, o Japão aprovou o uso do medicamento “lecanemabe”, que pode retardar a progressão da doença de Alzheimer em pacientes em estágio inicial. Além disso, estudos recentes indicam que intervenções não farmacológicas, como exercícios físicos e orientações nutricionais, também podem melhorar a função cognitiva.
Diante disso, o Ministério da Saúde planeja divulgar em breve um guia para incentivar a busca precoce por tratamento e cuidados adequados, especialmente através do engajamento de profissionais de saúde pública que realizam acompanhamento ativo por telefone ou visitas domiciliares.
O diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Medicina do Envelhecimento, Takashi Sakurai, ressaltou a importância de informar a população sobre os benefícios do diagnóstico e tratamento precoce. Ele enfatizou ainda que o suporte após o diagnóstico e a criação de comunidades acolhedoras para pessoas com demência são essenciais para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.