Ishiba e Trump avançam em negociações sobre tarifas e reforçam parceria entre Japão e EUA

Premiê destaca diálogo aberto com presidente americano e pede fim de tarifas sobre produtos japoneses.

O primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, afirmou que ele e o presidente americano, Donald Trump, conseguiram aprofundar o entendimento sobre as posições de cada país em relação às tarifas comerciais. A declaração foi feita após uma conversa telefônica de cerca de 25 minutos entre os dois líderes, antes da próxima rodada de negociações bilaterais sobre tarifas em nível ministerial.

Ishiba destacou a importância de construir uma relação “ganha-ganha” entre os dois países, que são aliados de longa data, e voltou a pedir a remoção das tarifas mais altas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos japoneses, como carros, autopeças, aço e alumínio. Atualmente, mesmo com uma suspensão temporária de uma tarifa de 24%, ainda permanece uma taxa básica de 10% para produtos japoneses.

Segundo Ishiba, a conversa com Trump foi franca e permitiu que ambos entendessem melhor as preocupações e interesses de cada lado. A Casa Branca também confirmou que o diálogo foi positivo, mas não deu mais detalhes.

O Japão tem pressionado os Estados Unidos para eliminar as tarifas extras, argumentando que isso beneficiaria ambos os países. O governo japonês também sugeriu que a compra de equipamentos de defesa dos EUA poderia ajudar a reduzir o déficit comercial americano, servindo como um trunfo nas negociações.

O principal negociador japonês, Ryosei Akazawa, deve se reunir nesta sexta-feira em Washington com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para dar continuidade às conversas.

Ishiba reiterou seu desejo de se encontrar pessoalmente com Trump durante a cúpula do G7, que acontecerá em meados de junho no Canadá. Ele também não descartou a possibilidade de visitar os Estados Unidos antes do encontro, dependendo do andamento das negociações ministeriais.

O primeiro-ministro ressaltou que o Japão pretende aumentar seus investimentos nos Estados Unidos, ajudando a criar empregos e a produzir produtos de qualidade em conjunto. Ishiba reforçou que o objetivo é construir uma relação de benefícios mútuos, sem pressa para concluir um acordo ou fazer concessões precipitadas.