Plano visa criar ambiente de pesquisa de excelência e aproveitar êxodo de talentos dos EUA em áreas estratégicas como IA e semicondutores
O governo japonês anunciou na sexta-feira (13) um ambicioso pacote de políticas no valor de 100 bilhões de ienes (cerca de US$ 700 milhões) para atrair pesquisadores do exterior, em um esforço para posicionar o país como um polo global de excelência científica. A iniciativa busca capitalizar sobre o êxodo de talentos de países como os Estados Unidos, onde cortes em verbas federais e restrições a estudantes estrangeiros vêm afastando cientistas de alto nível.
O plano integra uma estratégia mais ampla para fortalecer a pesquisa em áreas críticas como inteligência artificial, semicondutores e ciência avançada. Parte dos recursos virá dos lucros de um fundo estatal de investimento de 10 trilhões de ienes criado para alavancar a competitividade internacional das universidades japonesas.
“Faremos todo o possível para tornar nosso país o mais atraente do mundo para pesquisadores”, declarou o ministro da Ciência e Tecnologia, Minoru Kiuchi, em entrevista coletiva.
Entre os programas contemplados está um projeto da Universidade de Tohoku, que destinará cerca de 30 bilhões de ienes à contratação de aproximadamente 500 pesquisadores nacionais e internacionais. Também será implantada uma rede de centros de excelência voltados à pesquisa de ponta, sob coordenação do Ministério da Educação.
Além do incentivo financeiro, o governo pretende melhorar as condições de trabalho, com aumento salarial para pesquisadores, redução da carga administrativa e acesso a tecnologias de última geração em instituições acadêmicas. Medidas adicionais para retenção de talentos também estão sendo avaliadas.
Apesar dos avanços, o Japão enfrenta desafios para recuperar sua posição global em ciência: segundo um instituto ligado ao Ministério da Educação, o país ocupava, em 2024, apenas a 13ª colocação no ranking de publicações científicas mais citadas — seu pior desempenho histórico.