Levantamento expõe desafios na qualidade do ensino para estrangeiros no Japão, com falta de apoio governamental e professores qualificados.
Cerca de 80% dos professores que lecionam japonês em cursos oferecidos por governos locais no Japão são voluntários, segundo uma pesquisa nacional divulgada na segunda-feira (16). O dado levanta preocupações sobre a qualidade da educação recebida por estrangeiros residentes no país.
Embora a lei japonesa atribua ao governo nacional e às administrações locais o dever de garantir um ambiente de aprendizado adequado para trabalhadores estrangeiros e suas famílias, muitas regiões ainda carecem de turmas de japonês por falta de recursos humanos e financeiros.
A dificuldade com o idioma impacta diretamente a vida cotidiana de estrangeiros, que enfrentam obstáculos em tarefas básicas como fazer compras, consultar médicos, compreender alertas de desastres e seguir regras locais, como a separação de lixo.
De acordo com o levantamento, no ano fiscal de 2023, aproximadamente 23 mil dos 29 mil professores atuantes em 1.548 turmas presenciais de japonês eram voluntários. Essa proporção se mantém estável entre 80% e 90% há mais de duas décadas.
O número de alunos estrangeiros nesses cursos presenciais atingiu um pico de quase 100 mil em 2019, caindo durante a pandemia, mas voltou a crescer, alcançando cerca de 88 mil em 2023.
Apesar da promulgação da Lei de Promoção do Ensino de Japonês em 2019, que visa reduzir a dependência de voluntários, autoridades locais alegam que o processo de solicitação de recursos do governo central ainda é complexo e burocrático.