Pela primeira vez na história, o futebol feminino terá mais equipes do que o masculino em uma Olimpíada. Europa avança, enquanto Japão busca fortalecer sua liga.
O futebol feminino está crescendo no mundo todo e vai alcançar um marco histórico nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028. Pela primeira vez, o torneio feminino terá mais seleções do que o masculino. Serão 16 times femininos contra 12 masculinos.
Esse aumento mostra a força que o futebol feminino vem ganhando, principalmente na Europa. Lá, alguns jogos femininos têm mais público do que os masculinos. Um exemplo foi em 2022, quando mais de 91 mil pessoas foram ao estádio Camp Nou, em Barcelona, para ver um jogo da Liga dos Campeões Feminina entre Barcelona e Real Madrid. No mês seguinte, outro jogo em Barcelona bateu o recorde mundial, com 91.648 torcedores.
O time feminino do Barcelona virou profissional em 2015 e hoje tem seu próprio centro de treinamento com gramado natural. A equipe também se destaca nas redes sociais, com cerca de 13 milhões de seguidores. As jogadoras aparecem com frequência ao lado dos jogadores do time masculino em propagandas.
Hoje, o time feminino do Barcelona fatura cerca de 23 milhões de euros por ano, valor próximo ao de clubes da primeira divisão masculina da liga japonesa, a J-League. Segundo Judit Farre, que cuida da parte comercial do time feminino, o futebol das mulheres tem grande potencial de negócio, e ela disse que tem interesse no mercado japonês.
Enquanto isso, no Japão, a liga feminina WE League, criada em 2021, ainda enfrenta dificuldades. Mesmo tendo fechado o ano fiscal de 2023 com saldo positivo, a liga depende de subsídios da Associação Japonesa de Futebol, no valor de 425 milhões de ienes.
A média de público da WE League na temporada 2023–2024 foi de apenas 1.723 pessoas por jogo, bem abaixo da meta inicial de 5.000. Porém, há sinais de melhora. Em dezembro de 2023, a final da WE League Cup teve 21.524 torcedores, o maior número até agora, graças a ações promocionais feitas em parceria com a J-League e a própria federação.
A WE League também começou a compartilhar dados de torcedores entre os 12 clubes participantes, com o objetivo de atrair mais fãs e fortalecer o futebol feminino no país.
