Acordo entre Japão e EUA reduz tarifas e alivia tensões sobre exportações agrícolas e automotivas

Japão e EUA firmam acordo comercial que reduz tarifas de 25% para 15%, aliviando impacto sobre agricultura e setor automotivo japonês.

O Japão e os Estados Unidos chegaram a um novo acordo comercial anunciado no dia 23, reduzindo de 25% para 15% as tarifas que entrariam em vigor a partir de 1º de agosto. O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba comemorou o resultado e afirmou que “o Japão terá uma das menores tarifas entre os países com superávit comercial com os EUA” e garantiu que o pacto “não sacrifica a agricultura”.

A decisão foi recebida com alívio por empresas e agricultores japoneses, que vinham enfrentando incertezas desde que o governo Trump passou a pressionar por condições comerciais mais duras. O acordo inclui a redução de tarifas sobre automóveis, o que beneficia diretamente empresas de autopeças como a Univalence, de Shizuoka, que fornece componentes para veículos produzidos nos EUA.

Executivos da empresa celebraram o desfecho positivo. “A redução da tarifa é bem-vinda. Estávamos preocupados que a alta dos impostos diminuísse a venda de carros japoneses nos EUA e afetasse nossos pedidos”, afirmou um dirigente. A empresa também destacou que o apoio do governo japonês a investimentos no exterior é visto como “um vento a favor”.

Carros alinhados no Porto de Yokohama (Imagem via Mainichi)

Já o setor de cerâmica, fortemente exportador para os EUA, também expressou alívio. A Exis, fabricante de azulejos com sede em Tajimi, província de Gifu, tem metade de suas vendas concentradas no mercado norte-americano. O presidente da empresa, Kensuke Kasai, disse que chegou a se preparar para os 25% de tarifas, mas agora poderá evitar reduções drásticas nos preços. “Pensávamos em baixar nossos preços em até 15% para manter os clientes. Agora podemos repensar essa estratégia”, explicou.

Apesar do alívio imediato, há também um alerta. “Queremos usar esta oportunidade para diminuir nossa dependência do mercado dos EUA”, declarou Kasai, destacando o risco de futuras mudanças unilaterais nas tarifas.

O acordo representa uma trégua temporária em meio às tensões comerciais, mas não elimina totalmente os riscos. Empresas continuam vigilantes quanto às decisões do governo norte-americano e buscam manter sua competitividade com medidas de corte de custos e diversificação de mercados.

Com informações do Mainichi Shimbun