Ishiba reforça compromisso com acordo comercial com os EUA e descarta renúncia apesar de pressões políticas

PM Ishiba descarta renúncia e foca na implementação de acordo com os EUA, prometendo apoio a empresas afetadas e defesa dos agricultores japoneses.

Em meio à pressão política após o fraco desempenho da coalizão governista nas eleições para a Câmara Alta em 20 de julho, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba reafirmou seu compromisso com a implementação do acordo comercial com os Estados Unidos e descartou a possibilidade de renúncia.

Ishiba se encontrou com o ministro da Revitalização Econômica e principal negociador do tratado, Ryosei Akazawa, na quinta-feira (24), para alinhar os próximos passos do pacto. Em entrevista coletiva após a reunião, o premiê reforçou que sua prioridade é dar estabilidade às empresas japonesas e garantir que os termos do acordo, que entra em vigor em 1º de agosto, beneficiem ambos os países.

“É importante implementar este acordo alcançado entre o presidente Trump e eu, com firmeza e rapidez. Nosso foco é proteger os interesses do Japão e acalmar as incertezas das empresas e setores afetados,” declarou Ishiba.

Prioridade: investimentos, não tarifas

Ishiba voltou a destacar que propôs a Donald Trump, ainda em fevereiro, que investimentos fossem priorizados em detrimento de tarifas, visão que acabou se consolidando nas negociações conduzidas em Washington por Akazawa e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

Segundo o premiê, o pacto não implicará na redução de tarifas por parte do Japão, e as compras de arroz norte-americano continuarão dentro dos marcos comerciais já existentes, sem prejudicar os agricultores japoneses.

Além disso, o acordo prevê a aquisição adicional de equipamentos militares e tecnológicos dos Estados Unidos, movimento que Ishiba classificou como alinhado com as necessidades de defesa do país.

Medidas internas e apoio às empresas

O governo japonês criou uma força-tarefa ministerial para acompanhar os impactos do acordo e garantir respostas rápidas às preocupações de empresários e trabalhadores. Entre as medidas planejadas estão:

  • Criação de balcões de consulta em todo o país para explicar os detalhes do tratado;
  • Consultoria financeira para pequenas e médias empresas;
  • Apoio à modernização tecnológica e aumento da produtividade.

“Nosso papel é proteger a economia real, os empregos e a produção. Não abandonaremos os setores que fazem o Japão se mover,” disse Ishiba.

Akazawa também elogiou o papel de Ishiba, destacando que sua liderança foi essencial para alcançar um resultado “equilibrado e estratégico”. Ele acrescentou que os dois países concordaram em reforçar a cooperação em segurança econômica e cadeias de suprimentos críticas.

Apesar de rumores sobre sua saída do cargo, Ishiba afirmou que continuará à frente do governo para concluir o que começou e liderar o Japão em meio aos novos desafios do comércio internacional.

Com informações via NHK World – Link 1, 2 e Asahi Shimbun