Temperatura extrema atinge Isesaki; 44 províncias sob alerta de hipertermia e impactos já afetam saúde pública e produção agrícola.
O Japão registrou nesta terça-feira (5) a maior temperatura de sua história, com impressionantes 41,8 °C na cidade de Isesaki, província de Gunma, ao norte de Tóquio. O recorde anterior, de 41,2 °C, havia sido registrado apenas uma semana antes em Tamba, província de Hyogo.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) confirmou que o pico ocorreu às 14h26, e que o calor extremo é resultado de um sistema de alta pressão persistente sobre a ilha principal de Honshu, combinado com ventos de Foehn que descem das montanhas e intensificam as temperaturas nas regiões de Kanto e Kinki.
Além de Isesaki, outras cidades também enfrentaram temperaturas superiores a 40 °C, como Komatsu (Ishikawa), Maebashi (Gunma) e Kumagaya (Saitama). A capital Tóquio registrou 37 °C, enquanto Kyoto atingiu 40 °C pela primeira vez em seus pontos de medição históricos.
Diante da situação, alertas de hipertermia foram emitidos para 44 das 47 províncias japonesas, abrangendo desde Tohoku, no norte, até Okinawa, no sul. As autoridades recomendam que a população evite atividades ao ar livre, use ar-condicionado, mantenha-se hidratada e consuma sódio adequadamente para prevenir casos de insolação.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, este é o maior número de alertas simultâneos desde a criação do sistema nacional em 2021. Mais de 53 mil pessoas já foram hospitalizadas por insolação neste verão, e 18 mortes foram registradas na última semana.
Além dos impactos na saúde pública, a onda de calor no Japão já afeta a produção agrícola, especialmente o cultivo de arroz. A falta de chuvas e o calor excessivo têm provocado proliferação de pragas e redução da qualidade dos grãos, levando o governo a anunciar medidas emergenciais para controle de pestes e irrigação.
Especialistas alertam que o fenômeno está diretamente ligado às mudanças climáticas globais, que têm provocado verões cada vez mais intensos e irregulares no Japão. Em julho, o país registrou a média mensal de temperatura mais alta desde o início dos registros em 1898, com 2,89 °C acima da média histórica.
A previsão é de que o calor continue nos próximos dias, com possibilidade de novos recordes. A JMA reforça que a população deve acompanhar os boletins meteorológicos e seguir as orientações de segurança.