Shizuo Aishima foi acusado indevidamente de exportação ilegal e morreu em 2021 sem ter a chance de responder em liberdade; Estado foi condenado a pagar indenização
Policiais e promotores japoneses compareceram nesta segunda-feira (25) ao túmulo de Shizuo Aishima, em Yokohama, para pedir desculpas formais à sua família pela prisão injusta que levou à sua morte sem liberdade provisória. Aishima foi acusado erroneamente em 2020 por suposta exportação ilegal de equipamentos sensíveis, mas faleceu em 2021 após lutar contra um câncer no estômago descoberto enquanto estava preso.
O pedido de desculpas foi feito pelo vice-superintendente da Polícia Metropolitana de Tóquio, Tetsuro Kamata, que admitiu falhas graves na investigação. “Pedimos desculpas pela investigação e prisão ilegais”, afirmou Kamata diante da família.
Um relatório divulgado neste mês concluiu que houve falhas no comando da investigação que resultaram nas prisões equivocadas de Aishima e outros dois envolvidos: o presidente da empresa Ohkawara Kakohki Co., Masaaki Okawara, de 76 anos, e o ex-diretor Junji Shimada, de 72. Eles também foram presos, mas suas acusações foram retiradas em julho de 2021, quando o Ministério Público reconheceu que havia dúvidas sobre a existência de crime.
Durante o tempo em que esteve detido, Aishima teve oito pedidos de liberdade provisória negados. Somente após o diagnóstico do câncer ele pôde deixar a prisão para tratamento, mas faleceu em fevereiro de 2021, aos 72 anos.
A família de Aishima se recusou a aceitar um pedido de desculpas anterior feito em junho deste ano aos outros dois acusados, alegando que não havia condições adequadas para um pedido de perdão digno.
Em setembro de 2021, a empresa envolvida entrou com uma ação contra o governo metropolitano de Tóquio e o Estado japonês. Em maio de 2025, o Tribunal Superior de Tóquio determinou que as prisões e acusações foram ilegais, condenando o governo a pagar 166 milhões de ienes (cerca de 1,13 milhão de dólares) em indenização. A decisão se tornou definitiva em junho, após o governo decidir não recorrer.