Pesquisa nacional mostra apoio à permanência do premiê, com destaque para divisões geracionais e críticas às disputas partidárias.
Uma pesquisa nacional de opinião realizada nos dias 23 e 24 de agosto pelo jornal Mainichi Shimbun revelou que 43% dos japoneses acreditam que o primeiro-ministro Shigeru Ishiba não precisa renunciar, superando os 39% que defendem sua saída após o revés sofrido nas eleições para a Câmara dos Conselheiros em julho.
Apoio dividido por partidos:
Entre os apoiadores do Partido Liberal Democrata (PLD), liderado por Ishiba, 65% são contra sua renúncia, assim como 60% dos aliados do Komeito, partido da coalizão. Curiosamente, essa opinião também prevalece entre partidários da oposição, como o CDP, Nippon Ishin e o Partido Comunista Japonês.
Por outro lado, partidos emergentes como o DPFP, Sanseito e Reiwa Shinsengumi concentram maior número de apoiadores que desejam a saída de Ishiba.
Os principais argumentos dos que defendem sua permanência incluem:
- “O LDP parece priorizar disputas internas em vez do povo” (31%)
- “Não há pessoa mais adequada que Ishiba” (25%)
- “Evitar um vácuo político em meio a negociações com os EUA” (18%)
- “Escândalos como o fundo secreto do LDP ainda não foram resolvidos” (18%)
Entre os independentes, o receio de disputas internas foi o motivo mais citado (43%).
Diferenças geracionais:
A pesquisa também revelou fortes divisões por faixa etária:
- 59% dos jovens entre 18 e 29 anos querem a renúncia de Ishiba
- 60% dos entrevistados na faixa dos 30 anos também são favoráveis à saída
- Já entre os maiores de 70 anos, 62% defendem sua permanência
O LDP mantém forte apoio entre os mais velhos, enquanto partidos como DPFP e Sanseito atraem os eleitores mais jovens.
Disputas internas e sucessão:
Dentro do LDP, fações como a ex-Abe, Aso e a extinta Motegi lideram o movimento para substituir Ishiba. Um veterano do partido criticou a abordagem:
“Se essas movimentações forem vistas como disputas de facção, não terão apelo popular.”
Mesmo assim, 42% dos apoiadores do LDP ainda veem Ishiba como o melhor nome para continuar como primeiro-ministro, seguido por:
- Sanae Takaichi (15%)
- Shinjiro Koizumi (13%)
- Fumio Kishida e Yoshimasa Hayashi (4% cada)
Entre os independentes, Ishiba também lidera com 19% de preferência.
Futuro da coalizão LDP-Komeito:
Com a coalizão se tornando minoritária nas duas casas do Parlamento, surgem propostas para negociar com partidos da oposição.
- 43% dos entrevistados defendem negociações caso a caso
- 16% preferem incluir partidos da oposição na coalizão
- Apenas **12% apoiam uma transição para governo oposicionista
Apesar da resistência interna, há apoio público à colaboração:
“Cooperar com outros partidos pode gerar políticas melhores”, disse um entrevistado na faixa dos 30 anos.
Com informações via Mainichi Shimbun