Última unidade do icônico modelo R35 foi fabricada no Japão; empresa enfrenta perdas e reestruturação, mas afirma que o GT-R pode voltar no futuro.
A Nissan anunciou nesta terça-feira (26) o fim da produção do GT-R, seu lendário carro esportivo. A decisão foi tomada por causa das dificuldades em atender às atuais exigências de segurança e meio ambiente. O último modelo da geração atual, o GT-R R35, saiu da linha de montagem da fábrica de Tochigi, ao norte de Tóquio, marcando o fim de uma era iniciada em 2007.
Desde então, cerca de 48 mil unidades do R35 foram produzidas e vendidas em todo o mundo, segundo a montadora.
Apesar da despedida, a empresa deu esperanças aos fãs. Ivan Espinosa, executivo-chefe de desenvolvimento da Nissan, declarou:
“Quero dizer que este não é um adeus definitivo ao GT-R. Nosso objetivo é que o nome GT-R retorne um dia.”
O GT-R nasceu em 1969 como uma versão esportiva do sedã Skyline, voltada para corridas. Inicialmente chamado de Skyline GT-R, o carro passou a se chamar apenas GT-R quando ganhou o mercado internacional. O modelo R35 é a sexta geração do carro, e foi lançado após duas pausas anteriores na produção.
O esportivo ficou conhecido por sua potência e tecnologia de ponta, com motores montados à mão por um seleto grupo de apenas nove artesãos especializados, conhecidos como Takumi. Cada motor recebe uma placa com o nome do técnico que o montou — uma marca registrada do modelo.
Agora, com o fim da produção do GT-R, a fábrica de Tochigi vai focar em outros modelos, como o SUV elétrico Ariya, o esportivo Fairlady Z, o sedã Skyline e uma nova versão do Leaf, que será lançada ainda este ano no Japão.
A decisão também acontece em meio a uma fase difícil para a Nissan. A montadora registrou um prejuízo de 670,9 bilhões de ienes (cerca de US$ 4,5 bilhões) no ano de 2024, devido a vendas fracas nos mercados dos Estados Unidos e China.
Como parte de um plano de reestruturação, a Nissan anunciou que vai reorganizar sua produção global, reduzindo de forma gradual suas fábricas — com a meta de consolidar sete unidades até 2027, dentro e fora do Japão.
Mesmo com os desafios e o fim da atual geração do GT-R, a Nissan reforça que o espírito do modelo não morreu — e que o nome pode voltar, talvez em uma nova era de esportivos elétricos.