Leilões começaram três meses antes do habitual e já movimentaram 60 mil toneladas; safra doméstica segue pressionando valor do grão.
O governo japonês decidiu antecipar a liberação de arroz importado sem tarifa, como parte de uma estratégia para conter os preços elevados do grão, que seguem em níveis historicamente altos.
A medida envolve o sistema de “acesso mínimo”, pelo qual o Japão é obrigado a importar cerca de 770 mil toneladas de arroz por ano sem tarifas, conforme acordos internacionais.
Desse total, 100 mil toneladas são destinadas a leilões para empresas privadas, que revendem o produto como arroz para consumo direto.
Leilões antecipados e entregas já em andamento:
Segundo o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca, os leilões começaram em junho, cerca de três meses antes do habitual, e as entregas aos atacadistas começaram na semana passada.
Até o momento, já foram leiloadas cerca de 60 mil toneladas, com arroz vindo de países como Estados Unidos, Austrália e outros.
“Os preços ainda não caíram o suficiente. Este não é o momento de desacelerar,” afirmou o ministro Shinjiro Koizumi sobre a decisão de antecipar os leilões.
Importações privadas também aumentam:
Além dos leilões governamentais, empresas privadas importaram diretamente 26 mil toneladas de arroz em julho, número 200 vezes maior que o registrado no mesmo mês do ano anterior.
Esse arroz, no entanto, sofre tarifa superior a US$ 2 por quilo, o que limita seu impacto sobre os preços finais.
Apesar do aumento na oferta, a safra nacional de arroz em 2025 já está sendo negociada a valores mais altos, o que pode intensificar a pressão sobre os preços no mercado interno.
A situação é acompanhada de perto por autoridades e consumidores, especialmente após o esgotamento dos estoques governamentais em 2024, algo que não ocorria há sete anos.
Com informações via NHK World