O preço de negociação do arroz integral subiu 63% em comparação com o ano passado. O aumento ocorre apesar da previsão de uma colheita robusta, levantando temores de futura queda de preços.
O preço de negociação entre empresas do arroz recém-colhido no Japão atingiu um recorde histórico no mês de setembro, segundo dados divulgados pelo Ministério da Fazenda em 21 de outubro. O custo subiu impressionantes 63% em comparação com o mesmo mês do ano passado, marcando o maior valor desde que a compilação de dados comparáveis começou, em 2006.
Recorde de Preços e Fatores de Alta
O preço médio de transação, incluindo impostos, para 60 quilos de arroz integral atingiu 36.895 ienes (cerca de US$ 243). Este valor representa um aumento de 14.195 ienes em relação ao preço registrado no ano anterior.
O preço de transação refere-se ao valor médio pelo qual as Cooperativas Agrícolas do Japão (JA) e outros agentes de coleta de arroz vendem diretamente aos atacadistas. Os números são atualizados mensalmente a partir de setembro, quando a nova colheita entra no mercado.
A máxima anterior, de 27.649 ienes, havia sido registrada em maio para a safra de 2024, mas o preço de setembro deste ano superou esse valor em 33%.
A principal causa por trás do aumento recorde de preços deste ano é a intensificação da competição para coletar o arroz dos agricultores. Após a histórica escassez e os aumentos de preços que começaram no verão de 2024, mais agentes de coleta privados buscaram fechar acordos antecipados com agricultores em todo o país.
Em resposta a essa competição, as Cooperativas Agrícolas do Japão (JA) aumentaram a taxa “Gaisan Kin”, o pagamento provisório feito aos agricultores antes da definição do preço oficial de comercialização. O Ministério da Fazenda indicou que a JA estabeleceu um pagamento provisório de 30% a 70% maior do que no ano passado, o que contribui diretamente para o aumento final dos preços.
Volume de Negociação e Perspectiva Futura
Em contraste com o aumento dos preços, o volume do produto básico comercializado em setembro foi de 160.000 toneladas, uma queda de 36% em relação ao mesmo mês do ano passado. Essa diferença é atribuída, em parte, a negócios antecipados e a um maior volume de negociações em setembro de 2024, impulsionados pelos temores de escassez da época.
Apesar do aumento dos preços, o cenário futuro levanta preocupações na indústria. O volume da colheita deste ano, destinada a alimentos básicos, está projetado para atingir 7,15 milhões de toneladas, um aumento de 634.000 toneladas em comparação com o ano passado. Se essa previsão se concretizar, será um dos maiores níveis de rendimento do Japão desde 2016.
A expectativa de um possível excesso de oferta de arroz no mercado pode eventualmente levar a uma queda acentuada nos preços de negociação no futuro, revertendo a tendência de alta observada em setembro.
Com informações via Ministério da Fazenda do Japão e Asahi Shimbun
