Polícia de Osaka prende 34 membros do grupo criminoso “Blackout” após confronto com rival local

Grupo formado por jovens e até estudantes do ensino médio teria ligação com a máfia Yakuza, segundo investigações.

A Polícia de Osaka prendeu e encaminhou à promotoria 34 membros do grupo criminoso “Blackout”, com base na cidade de Nagoia, após um confronto violento com uma organização rival sediada em Osaka vir à tona. O grupo faz parte de uma nova geração de gangues anônimas e descentralizadas que vêm preocupando as autoridades japonesas.

A série de prisões foi motivada por um incidente ocorrido em abril de 2025, quando integrantes armados do “Blackout” invadiram um condomínio na cidade de Higashiosaka, em Osaka, com o objetivo de atacar uma gangue rival conhecida como “quase yakuza”. Essas organizações são compostas por grupos que se formam e se dissolvem rapidamente, cometendo atos de violência ou crimes em conjunto.

Embora o ataque tenha fracassado, a ação chamou a atenção da polícia, que intensificou as investigações sobre as atividades e conexões do grupo.

Formado no outono de 2024 com cerca de 10 integrantes, o “Blackout” cresceu rapidamente e, em apenas seis meses, chegou a aproximadamente 100 membros — muitos deles jovens em torno dos 20 anos e até estudantes do ensino médio. Os membros se comunicavam por aplicativos de mensagens criptografados e são suspeitos de envolvimento em fraudes e furtos especializados, realizados de forma coordenada pela internet.

Segundo as autoridades, crimes cometidos por grupos anônimos como o “Blackout” se tornaram um problema social grave no Japão. Em 2024, as perdas causadas por golpes de investimento, fraudes românticas e outras fraudes online chegaram a cerca de 200 bilhões de ienes (aproximadamente 1,3 bilhão de dólares). Como resultado, as forças policiais de todo o país vêm reforçando suas medidas de combate a essas organizações.

Apesar disso, apenas cerca de 10% dos mais de 10 mil suspeitos expostos pela polícia japonesa em 2024 foram identificados como líderes ou supervisores dessas redes criminosas.

As investigações indicam que o “Blackout” pode ter recebido apoio direto de uma facção ligada ao grupo mafioso Yamaguchi-gumi, a maior organização criminosa do Japão. Em julho de 2025, a polícia de Osaka realizou uma operação em um escritório de Mie, ligado ao Kodo-kai, braço central do Yamaguchi-gumi. Durante os interrogatórios, um dos líderes do “Blackout” teria admitido que o grupo contava com o apoio da máfia.

Casos semelhantes já foram identificados em Osaka, onde grupos anônimos mantinham relações de “proteção mútua” com facções da Yakuza. A polícia suspeita que parte do dinheiro obtido pelos crimes do “Blackout” tenha sido repassada a essas organizações.

Um alto funcionário da Polícia de Osaka alertou para o risco crescente:

“Há muitos casos em que jovens desordeiros, conhecidos como ‘quase yakuza’, acabam se tornando membros da máfia. Se esses grupos anônimos continuarem sem controle, podem seguir o mesmo caminho.”