O Chuo Shinkansen (Maglev) impressiona em testes de conforto e velocidade (500 km/h), mas custos elevados e obras adiam a inauguração da linha Tóquio-Nagoya para, no mínimo, 2035.
Apesar dos desafios na construção que adiaram o início das operações comerciais, o desenvolvimento tecnológico da linha Chuo Shinkansen, o revolucionário trem de levitação magnética (Maglev) do Japão, continua avançando a passos largos. Em testes recentes, os novos vagões demonstraram melhorias significativas em conforto e aerodinâmica, atingindo velocidades de 500 km/h.
A promessa do projeto é transformar a viagem entre a Estação Shinagawa (Tóquio) e Nagoya, reduzindo o tempo de deslocamento para apenas 40 minutos em cada sentido.

A Experiência de “Voar” Baixo
A Central Japan Railway Co. (JR Tokai) realizou um passeio experimental para a mídia em 31 de outubro na Linha Maglev de Yamanashi. O teste revelou a evolução impressionante da tecnologia:
- Decolagem: O trem começa a se mover sobre pneus de borracha. Ao ultrapassar 150 km/h, o ruído dos pneus desaparece repentinamente e o trem levita, flutuando a cerca de 10 centímetros acima dos trilhos.
- Aceleração Brutal: Em menos de um minuto, o comboio atinge 320 km/h (a velocidade máxima dos Shinkansen atuais). Em apenas três minutos, ele alcança a velocidade de cruzeiro de 500 km/h.
- Conforto: Diferente dos modelos de 25 anos atrás, que pareciam a decolagem de um avião barulhento, a nova Série L0 mostrou melhorias drásticas na redução de vibrações e ruído, aproximando-se do conforto dos Shinkansen atuais.

Inovação Tecnológica: O Modelo M10
O teste utilizou o novo vagão modelo M10, que entrou nos trilhos em julho. Ele apresenta diferenças visuais e estruturais marcantes em relação aos antecessores:
- Pele de Tubarão: Ao invés da pintura branca e azul tradicional, o M10 possui uma carroceria sem pintura, revestida com uma película irregular semelhante à pele de tubarão, projetada para reduzir drasticamente o arrasto aerodinâmico.
- Assentos: Como a viagem durará apenas 40 minutos, os assentos possuem encostos fixos, eliminando a necessidade de recliná-los.

A Realidade: Atrasos e Custos Bilionários
A demonstração de sucesso tecnológico ocorreu apenas dois dias após um anúncio duro da JR Tokai: a inauguração da linha foi adiada em pelo menos oito anos, ficando para 2035, no mínimo.
- Explosão de Custos: O custo estimado da construção saltou de 5,5 trilhões de ienes (estimativa inicial) para 11 trilhões de ienes (aprox. US$ 70 bilhões).
- Motivos: Dificuldades na construção de túneis e preocupações ambientais em províncias chave atrasaram o cronograma original, que previa a estreia para 2027.
Apesar disso, Hiroshi Shigeta, vice-diretor da divisão do Chuo Shinkansen, mantém o otimismo técnico: “Nossos trens atingiram níveis suficientemente altos para entrarem em operação comercial a qualquer momento”.
Confirmações via Asahi Shimbun
