Japão reage a tarifas de Trump com protesto e apelo por isenção

Governo japonês alerta para impacto grave nas relações bilaterais e na economia global após tarifa recíproca de 24% entrar em vigor.

O governo japonês manifestou seu “profundo pesar” pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas recíprocas de 24% sobre produtos japoneses, e pediu oficialmente a revogação das medidas. A declaração foi feita pelo porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, durante coletiva de imprensa em Tóquio.

As tarifas entraram em vigor horas antes do pronunciamento de Hayashi, mesmo após o Japão ter solicitado formalmente isenção da nova taxação.

“A ampla gama de medidas restritivas adotadas pelos EUA terá um grande impacto não apenas sobre os laços econômicos bilaterais, mas também sobre a economia global e o sistema multilateral de comércio”, alertou Hayashi.

Segundo o porta-voz, Tóquio continuará pressionando fortemente Washington para que as tarifas sejam revistas, diante dos temores crescentes de que as medidas prejudiquem profundamente a economia japonesa, fortemente dependente das exportações.

O governo japonês e a administração norte-americana devem iniciar conversas ministeriais nos próximos dias, conforme acordo feito em um telefonema entre o primeiro-ministro Shigeru Ishiba e o presidente Trump na última segunda-feira, dia 7. O Japão é considerado um dos aliados estratégicos mais próximos dos Estados Unidos na Ásia.

Entre as principais preocupações de Tóquio está a tarifa de 25% sobre importações de automóveis, um dos pilares da economia exportadora japonesa.

Diante da crise comercial iminente, o premiê Ishiba afirmou que seu governo fará “todo o possível para proteger a economia nacional dessa que classificou como uma crise de Estado”.