Trio é preso no Japão por fraude e lavagem de dinheiro ligada a “Luffy”

Golpe com cobrança fictícia rendeu milhares de dólares; esquema envolvia criptomoedas e envio de dinheiro ao exterior.

A NHK revelou nesta terça-feira que três pessoas foram presas no Japão sob suspeita de fraude e lavagem de dinheiro, com possível ligação ao grupo criminoso conhecido como “Luffy”.

O trio teria enganado um homem na faixa dos 60 anos, morador da província de Chiba, alegando que ele possuía contas não pagas em um site de vídeos. A vítima acabou sendo enganada em cerca de 8.500 dólares (aproximadamente ¥1,3 mi), em 2023.

Esquema sofisticado: criptomoedas e envio ao exterior
Após o golpe, os suspeitos converteram o dinheiro em criptomoedas e o enviaram para o exterior por meio de corretoras e contas bancárias internacionais. O montante, depois, teria sido convertido novamente em dinheiro e transportado fisicamente.

Os investigadores acreditam que os três também recebiam milhões de dólares por mês do grupo Luffy e de outras organizações, lavando os recursos de maneira semelhante.

Quem é o “grupo Luffy”?
O grupo Luffy ficou conhecido por coordenar uma série de golpes virtuais e assaltos a residências no Japão, muitos deles operados a partir das Filipinas com uso de ofertas falsas de emprego.

Acredita-se que o grupo utilize um esquema internacional de lavagem de dinheiro, dificultando a investigação ao transferir fundos por diversas contas bancárias e plataformas de criptomoedas.

Linha do Tempo – Crimes do grupo “Luffy” em 2023
📍Início de 2023 – Prisões nas Filipinas
Autoridades filipinas, em cooperação com o Japão, prenderam quatro japoneses suspeitos de liderar uma rede de golpes a partir de dentro de um centro de detenção nas Filipinas.

Entre eles, estava um homem que se acredita ser “Luffy”, o suposto chefe da organização criminosa.

Apesar de presos, os suspeitos coordenavam os crimes remotamente por smartphones.

Janeiro a Março de 2023 – Onda de crimes no Japão
O grupo foi ligado a uma série de roubos violentos em várias províncias do Japão, incluindo Tóquio, Kanagawa, Osaka e Fukuoka.

Em um dos casos mais graves, uma idosa foi vítima de latrocínio, durante um assalto a uma residência em Komae, nos arredores de Tóquio, um crime que chocou o país.

Modus operandi: Recrutamento online
A rede recrutava cúmplices no Japão por meio de anúncios de “empregos fáceis e rápidos”, geralmente oferecendo pagamento em dinheiro e orientações por aplicativos de mensagem.

Jovens em situação financeira difícil eram aliciados para atuar como “soldados de campo” em assaltos e golpes por telefone.

Abril a Junho de 2023 – Investigações intensificadas
A polícia japonesa começou a ligar os assaltos e fraudes a uma única organização criminosa centralizada: o grupo “Luffy”.

Foi identificado que os crimes estavam sendo comandados a partir do exterior, usando redes criptografadas e movimentações via criptomoedas.

Junho a Dezembro de 2023 – Foco em lavagem de dinheiro
A partir da identificação do fluxo de dinheiro, surgiram indícios de que o grupo operava um esquema internacional de lavagem, convertendo o lucro dos crimes em criptomoedas e distribuindo para contas bancárias no exterior.

Estima-se que o grupo movimentava milhões de dólares por mês dessa forma.

Abril de 2024 – Prisão de cúmplices no Japão
Três suspeitos foram presos por fraude com cobrança falsa e lavagem de dinheiro, ligados ao grupo “Luffy”.

A prisão indica que restos operacionais da rede ainda atuam no país, mesmo após o desmantelamento parcial do núcleo nas Filipinas.

O grupo “Luffy” se destacou por sua sofisticação logística, uso de criptomoedas, recrutamento online e capacidade de orquestrar crimes internacionais mesmo à distância. O caso se tornou símbolo dos novos desafios do crime organizado digital enfrentados pelas autoridades japonesas.