Com 1.465 animais registrados, cidade enfrenta aumento de acidentes, invasões urbanas e danos agrícolas; autoridades reforçam medidas sem recorrer ao abate.
A cidade de Nara, no Japão, registrou um recorde histórico na população de cervos em seu famoso parque, com 1.465 animais contabilizados em julho de 2025. O número representa um aumento de 140 cervos em relação ao ano anterior e é o maior desde o início dos registros comparáveis em 1953, segundo a Fundação de Preservação dos Cervos de Nara.
Os cervos de Nara são considerados mensageiros divinos na tradição xintoísta e são protegidos por lei como monumento natural nacional. Eles são também um dos principais atrativos turísticos da cidade, que recebe milhões de visitantes todos os anos.
O levantamento realizado nos dias 15 e 16 de julho identificou:
- 315 machos
- 816 fêmeas
- 334 filhotes

Apesar do sucesso na preservação, o aumento populacional traz problemas crescentes:
- 140 mortes de cervos foram registradas entre julho de 2024 e junho de 2025, sendo 36 por acidentes de trânsito e 30 por doenças.
- Mais da metade dos acidentes fatais ocorreram em duas vias que cruzam ou margeiam o parque.
- Casos de mordidas em turistas e cervos atropelados têm aumentado.
- Cervos têm sido vistos em áreas urbanas, como o Tribunal Distrital de Nara e a Prefeitura, atravessando a movimentada Rota Nacional 369.
- Animais também estão invadindo zonas residenciais e agrícolas, como nos arredores da estação Shin-Omiya, a mais de um quilômetro do parque.

Embora a captura ou remoção de cervos seja restrita por lei, autoridades têm realizado operações de contenção em áreas periféricas quando há danos a plantações.
- Foram 25 casos de prejuízo agrícola em 2023 e 15 em 2024, segundo o governo local.
- Um painel de especialistas considerou ampliar áreas de abate, mas optou por reforçar cercas e barreiras físicas.
As autoridades ressaltam que o aumento no número de cervos não implica automaticamente em mais danos agrícolas, mas reconhecem que o equilíbrio entre preservação cultural, segurança pública e proteção ambiental é um desafio constante.
Com informações via Asahi Shimbun