Inflação no Japão pressiona pequenas e médias empresas, que não conseguem repassar custos aos preços

Levantamento com mais de 65 mil empresas revela taxa média de repasse de apenas 52,4%; governo promete apoio em negociações com clientes.

Uma análise da Agência de Pequenas e Médias Empresas do Japão revelou que a inflação continua afetando fortemente os negócios de menor porte, que enfrentam dificuldades para repassar os custos crescentes aos preços finais de seus produtos e serviços.

O levantamento, realizado com 300 mil empresas, recebeu mais de 65 mil respostas e abrangeu o período de outubro de 2024 a março de 2025.

A pesquisa mostrou que a taxa média de repasse de preços foi de apenas 52,4%. Ou seja, para cada 100 ienes de aumento nos custos, as empresas conseguiram elevar seus preços em apenas 52 ienes, em média.

Além disso, quase 17% das empresas afirmaram que não conseguem repassar nenhum aumento de custo, o que compromete a margem de lucro e a sustentabilidade financeira.

Estratégias para manter funcionários:

Com a inflação e a escassez de mão de obra, muitas empresas estão adotando aumentos salariais estratégicos como forma de reter talentos. A medida, embora positiva para os trabalhadores, agrava ainda mais os custos operacionais.

Segundo o relatório econômico do Banco do Japão, o país vive uma fase de inflação persistente, com pressão sobre salários e insumos, especialmente em setores como alimentação, energia e logística.

A agência responsável pelo estudo anunciou que vai oferecer suporte às PMEs para ajudá-las nas negociações de preços com clientes, especialmente em contratos B2B com grandes empresas. A ideia é equilibrar as relações comerciais e garantir que os pequenos negócios possam sobreviver ao cenário inflacionário.

Com informações via NHK World e Banco do Japão