Vídeos ofensivos sobre o imperador Hirohito circulam na China e elevam tensão diplomática com o Japão

Imagens geradas por IA ridicularizam figura histórica japonesa às vésperas do desfile militar chinês de 3 de setembro; Japão protesta e alerta cidadãos sobre sentimento anti-japonês.

As imagens, aparentemente geradas por inteligência artificial, mostram o imperador Hirohito (1901-1989), conhecido postumamente como Imperador Showa, em situações ridículas, como um cachorro agachado e latindo ou uma colegial dançando em uniforme escolar.

O governo japonês classificou os vídeos como “inapropriados”. O chefe do gabinete Yoshimasa Hayashi afirmou em coletiva de imprensa que o Japão solicitou formalmente à China que tome medidas para remover os conteúdos.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshimasa Hayashi, discursa em uma coletiva de imprensa em Tóquio em 26 de agosto de 2025. (Imagem: Kyodo via Mainichi)

“Essas imagens são ofensivas e prejudicam o entendimento mútuo”, disse Hayashi.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, respondeu que o governo “ainda está verificando as informações”.

A embaixada do Japão em Pequim emitiu um alerta aos cidadãos japoneses sobre o aumento do sentimento anti-japonês, impulsionado por filmes de guerra em cartaz na China, como um sobre o Massacre de Nanjing, que lidera as bilheterias do verão.

Segundo o Chosun Biz, o Japão pediu a países europeus e asiáticos que evitem participar do desfile militar, alegando que os eventos têm “tons anti-japoneses”. A China reagiu com protesto diplomático, acusando o Japão de “não encarar a história com sinceridade”.

Um canteiro de flores temático em comemoração ao 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa está sendo construído ao longo da Avenida Chang’an, em Pequim, em 14 de agosto de 2025. (Imagem: VCG via Global Times)

Guo Jiakun declarou:

“Países que enfrentam a história com honestidade não terão objeções aos eventos comemorativos.”

Ele ainda instou o Japão a “romper com o militarismo” e “respeitar os sentimentos dos países vítimas”, para “reconquistar a confiança dos vizinhos asiáticos e da comunidade internacional”.

Com informações via Mainichi Shimbun e Global Times