Voos foram suspensos por horas durante a madrugada após drones não identificados sobrevoarem a área. Episódio se soma a série de incidentes semelhantes na Europa.
O aeroporto de Munique foi fechado temporariamente na madrugada de quinta para sexta-feira após diversos relatos de drones não identificados sobrevoando a região, segundo autoridades alemãs. O caso é mais um entre vários episódios recentes de drones em áreas sensíveis da União Europeia.
A restrição dos voos começou por volta das 22h (horário local), com a suspensão completa pouco depois, informou a operadora do aeroporto em nota oficial. Ao todo, 17 voos foram impedidos de decolar e 15 pousos tiveram que ser desviados para outros aeroportos da Alemanha e também para Viena, na Áustria, afetando cerca de 3 mil passageiros.
Os voos foram retomados às 5h da manhã, conforme informou Stefan Bayer, porta-voz da polícia federal no aeroporto de Munique.
Durante a interrupção, helicópteros e equipes de segurança foram mobilizados para tentar localizar os drones, mas nenhum foi encontrado, de acordo com Bayer. Testemunhas incluíam funcionários de companhias aéreas, policiais e pessoas próximas ao aeroporto.
A agência de notícias alemã dpa informou que centenas de passageiros passaram a noite nos terminais, em camas improvisadas, recebendo cobertores, lanches e bebidas. Outros foram levados a hotéis próximos.
Europa em alerta
O incidente se junta a outros casos recentes de drones sobrevoando aeroportos e infraestruturas críticas na Europa. Em setembro, um evento semelhante afetou voos no aeroporto de Oslo, na Noruega.
Ainda não se sabe quem está por trás dessas ações, mas autoridades europeias suspeitam de envolvimento russo, o que é negado por Moscou. No mês passado, drones ligados à guerra na Ucrânia entraram no espaço aéreo da Polônia, membro da OTAN, gerando resposta militar.
Navio suspeito investigado
Também nesta sexta-feira (3), autoridades francesas liberaram um petroleiro ligado à Rússia, anteriormente suspeito de envolvimento com drones sobre a Dinamarca. O navio, agora chamado “Pushpa” ou “Boracay”, estava sem bandeira oficial e foi abordado por comandos navais franceses.
Nenhum drone ou equipamento de lançamento foi encontrado a bordo, segundo uma fonte ligada à investigação. O capitão do navio, no entanto, irá a julgamento em fevereiro, acusado de não colaborar com a inspeção.
Segundo a promotoria francesa, o navio transportava uma grande carga de petróleo da Rússia para a Índia, passando pela costa da Dinamarca.
Reação internacional
O tema foi destaque na cúpula de líderes europeus em Copenhague nesta semana, onde foi reforçada a necessidade de aumentar a segurança contra ameaças com drones. A União Europeia prometeu intensificar medidas para evitar riscos a aeroportos e estruturas críticas.