Mesmo após reformas, docentes japoneses trabalham até 14 horas a mais por semana que a média internacional; atividades extracurriculares e tarefas administrativas são os principais fatores.
Os professores do Japão continuam sendo os que mais trabalham por semana entre os países e regiões pesquisados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo os resultados da pesquisa TALIS 2024, divulgados em 7 de outubro.
A pesquisa revelou que:
- Professores do ensino fundamental trabalham em média 52,1 horas por semana
- Professores do ensino médio (junior high) chegam a 55,1 horas semanais
Apesar de uma redução de 4 horas em relação à pesquisa anterior de 2018, o Japão ainda supera a média internacional em:
- 11,7 horas no ensino fundamental
- 14,1 horas no ensino médio
Em comparação:
- Professores japoneses trabalham 9,8 horas a mais que os dos EUA
- 12 horas a mais que os da Coreia do Sul
- 16,4 horas a mais que os da França

Atividades fora da sala de aula:
O levantamento mostrou que os docentes japoneses dedicam menos tempo ao ensino direto (17,8 horas semanais, contra 22,7 horas da média global), mas gastam mais com:
- Preparação de aulas: 8,2 horas (média global: 7,4)
- Atividades extracurriculares: 5,6 horas (média global: 1,7)
- Tarefas administrativas: 5,2 horas (média global: 3,0)
Esses números, embora menores que os de 2018, ainda estão acima da média internacional.
Escassez de professores preocupa:
A pesquisa também revelou um aumento significativo na percepção de falta de professores:
- 40,7% dos diretores do ensino fundamental apontaram escassez como obstáculo à educação de qualidade (em 2018, eram 19,2%)
- 35,6% dos diretores do ensino médio também indicaram o problema (em 2018, eram 27,5%)
Ambos os índices estão cerca de 12 pontos acima da média internacional.
Medidas e desafios:
Desde a última pesquisa, o Ministério da Educação do Japão implementou:
- Limites para horas extras
- Transferência de atividades extracurriculares para programas comunitários
Apesar disso, o modelo educacional japonês, que valoriza o desenvolvimento equilibrado de conhecimento, virtude e saúde física, continua exigindo muito dos professores.
“Embora ainda haja desafios, estamos avançando na direção certa”, afirmou um representante do ministério. “A escassez de professores é uma questão séria e será tratada como prioridade.”
Com informações via ODCE – TALIS 2024, Asahi Shimbun