Japão doa 3 milhões de doses de vacina contra MPOX ao Congo, mas 1/3 é desperdiçada por limites de armazenamento

LC16, única aprovada para crianças, perde 32-35% após abertura; campanha em Kinshasa já vacinou mais de 500 mil apesar de desafios.

O Japão doou 3 milhões de doses da vacina LC16 (fabricada pela KM Biologics) à República Democrática do Congo (RDC) para combater a variante clade Ib do mpox, que desencadeou emergência global em 2024. A segunda remessa de 1,5 milhão de doses chegou em setembro de 2025, dois anos após o início do surto.

Segundo Cris Kacita, chefe da resposta ao mpox no Congo, em entrevista à Reuters em 12 de novembro de 2025:

“A taxa de perda da LC16 é enorme: 32-35%. Estamos fazendo de tudo para evitar desperdício.”

  • Causa principal: cada frasco contém 250 doses em pó que, após mistura, não pode ser armazenado por mais de poucas horas. Se a adesão for baixa, sobras são descartadas.
  • Padrão OMS: espera-se perda de 5% a 50% em vacinas; as do tipo LC16 ficam no limite superior devido à complexidade.

Progresso da Campanha e Características da LC16

A vacinação com LC16 começou em agosto de 2025 em Kinshasa. Mais de 500 mil pessoas receberam LC16 ou a vacina da Bavarian Nordic. A LC16 é:

  • Única aprovada para crianças (a partir de 1 ano) e adultos.
  • Técnica complexa: exige agulha e método específicos.
  • Eficaz em Kinshasa, mas enfrenta barreiras em províncias remotas ou instáveis.

Números atualizados (Kacita, nov/2025):

  • 2025: 53.657 casos (queda de 67.247 em 2024).
  • Transmissão ativa em 17 países africanos; emergência global encerrada pela OMS em setembro devido à redução em focos como Congo.

Posição do Governo Japonês

Por e-mail, o Ministério das Relações Exteriores do Japão afirmou não ter sido informado sobre o desperdício, mas confia no uso adequado das doses pelo governo congolês. A doação reforça o compromisso japonês com saúde global, especialmente em vacinas pediátricas.

Com informações via Asahi Shimbun