Aumentam acidentes com ursos-negros em estradas e trilhos no Japão

Akita registra número recorde de colisões em 2025 e autoridades alertam para cuidados após acidentes

O número de acidentes envolvendo ursos-negros e veículos ou trens aumentou de forma significativa no Japão em 2025. Em Akita, a polícia registrou o maior total dos últimos anos, segundo levantamento divulgado pelas autoridades locais.

De acordo com a divisão de planejamento de trânsito da Polícia de Akita, os acidentes relacionados a ursos — incluindo colisões diretas e acidentes causados por manobras para desviar dos animais — chegaram a 137 casos até o fim de novembro de 2025. É o maior número já registrado recentemente na região.

Nos anos anteriores, os dados foram menores: 26 casos em 2020, 34 em 2021, 13 em 2022 e 101 em 2023, ano marcado por muitos avistamentos de ursos e ferimentos em pessoas. Em 2024, o total caiu para 23, mas voltou a subir fortemente neste ano.

O pico ocorreu no outono. Somente em outubro foram registrados 66 acidentes, seguido por novembro, com 19 casos, setembro com 16 e agosto com 12. Do total, 109 aconteceram em estradas comuns, como rodovias nacionais e estaduais, e 28 em vias expressas. Diferente de anos anteriores, quando os acidentes eram mais comuns em áreas montanhosas, em 2025 houve aumento também em áreas urbanas.

Apesar do alto número de ocorrências, não houve registro de feridos. Normalmente, os ursos não morrem após as colisões e fogem do local. Já os veículos costumam sofrer danos, principalmente nos para-choques.

A polícia alerta que desviar bruscamente de um urso pode ser perigoso. Em caso de colisão, a orientação é não sair imediatamente do carro, parar em local seguro e priorizar a própria segurança. Em estradas expressas, o risco é maior, pois os animais podem surgir de repente, especialmente em regiões montanhosas.

Os trens também foram afetados. Segundo a filial de Akita da empresa East Japan Railway (JR East), até novembro deste ano foram registrados 51 casos de colisões entre trens e ursos, superando o recorde anterior de 46 casos em 2023. A empresa utiliza repelentes em algumas linhas ferroviárias, mas admite que não é possível cobrir todas as áreas e que a eficácia não é total.

Além do impacto no trânsito, os avistamentos de ursos também afetam as empresas locais. Uma pesquisa feita pela Tokyo Shoko Research mostrou que 44% das empresas de Akita relataram algum impacto nas atividades por causa dos ursos, número muito acima da média nacional.

Setores como finanças, seguros, serviços, comércio e comunicação foram os mais afetados. Entre os principais problemas estão a necessidade de orientar funcionários, queda no número de clientes, gastos com prevenção de danos, cancelamento de eventos e até fechamento temporário de unidades.

Segundo a empresa de pesquisa, o chamado “risco de ursos” aumentou em 2025 e já afeta a continuidade dos negócios e a economia regional, exigindo mais medidas de segurança para trabalhadores e moradores.