Pesquisa internacional liderada por Universidade do Japão mostra que humanos demoram até 3 vezes mais para se recuperar de ferimentos do que outros primatas e até roedores.
Apesar dos avanços tecnológicos que conquistamos,de smartphones a inteligência artificial, deixamos algumas habilidades no passado. Uma delas é a capacidade de cicatrizar rapidamente, aponta pesquisa.
Um estudo liderado pela professora Akiko Matsumoto, da Universidade de Ryukyus (Okinawa, Japão), em colaboração com a Universidade de Kyoto, a Universidade de Montpellier (França) e o Instituto de Pesquisa de Primatas do Quênia, revelou que os humanos cicatrizam até três vezes mais lentamente que outros primatas e até roedores.

(Imagem: Universidade de Ryukyus)
⚠️ Humanos são os que cicatrizam mais devagar
Durante suas pesquisas em campo no Quênia, Matsumoto percebeu que babuínos feridos cicatrizavam muito mais rápido que ela mesma, mesmo sob condições semelhantes. Isso motivou uma pesquisa comparativa.
O estudo analisou:
- 👨🦳 24 humanos (idades entre 20 e 90 anos)
- 🐒 6 babuínos-oliva
- 🐵 5 macacos-de-sykes
- 🐒 6 macacos-vervet
- 🦍 5 chimpanzés
- 🐭 8 camundongos
- 🐀 4 ratos
Nos testes, pequenos cortes foram feitos de forma ética e controlada nos animais (exceto nos chimpanzés, que já apresentavam ferimentos naturais de disputas). A cicatrização foi medida diariamente.
📊 Resultados surpreendentes

- 🩹 Taxa média de cicatrização humana: 0,25 milímetros por dia
- 🐵 Taxa média dos primatas e roedores: 0,6 milímetros por dia
👉 Ou seja, os humanos cicatrizam quase três vezes mais devagar.

O mais curioso é que até ratos e camundongos tiveram desempenho semelhante aos dos primatas, mostrando que a proximidade genética não é determinante nesse caso.
🔍 Por que cicatrizamos tão devagar?
Os pesquisadores sugerem três possíveis motivos:
- 🧥 Menos pelos: Animais possuem mais áreas cobertas por pelos, o que protege feridas e acelera a recuperação.
- 🧑🦲 Pele mais grossa: A pele humana é mais espessa, o que retarda o fechamento dos ferimentos.
- 🌍 Evolução social: Ao desenvolver sociedades e medicina, os humanos perderam a pressão evolutiva de cicatrizar rápido, diferente dos animais na natureza.
🚀 A medicina pode virar esse jogo
Embora estejamos atrás na corrida biológica da cicatrização, nossa tecnologia médica avança rapidamente. Hoje já existem pesquisas que buscam acelerar a cicatrização com tratamentos avançados, células-tronco e bioengenharia, além de tecnologias que lembram os “replicadores de tecidos” da ficção científica.
E quem sabe, um dia, até possamos emprestar essa tecnologia para os babuínos… se eles pedirem com educação!
Com informações da The University of The Ryukyus, withnews via SoraNews