Decisão marca retomada gradual das exportações japonesas após proibição imposta devido ao despejo de água tratada da usina nuclear de Fukushima
A China suspendeu neste domingo (29) parte da proibição à importação de frutos do mar japoneses, encerrando um embargo que durava desde agosto de 2023. A medida havia sido tomada em resposta ao despejo controlado de água tratada e levemente radioativa da usina nuclear de Fukushima, destruída por um tsunami em 2011.
Segundo comunicado da agência alfandegária chinesa, as importações provenientes da maior parte das regiões do Japão poderão ser retomadas, desde que cumpram os critérios de segurança estabelecidos por Pequim. No entanto, a proibição continua em vigor para frutos do mar oriundos de 10 das 47 províncias japonesas, incluindo Fukushima e áreas vizinhas.
A decisão ocorre em um momento em que Japão e China buscam melhorar as relações bilaterais em meio a desafios econômicos compartilhados, como o impacto das tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Durante as negociações, o Japão autorizou autoridades chinesas a coletar amostras da água do mar para testes. “As amostras não apresentaram anormalidades”, informou a alfândega chinesa. Ainda assim, as autoridades de Pequim continuam expressando oposição à liberação da água, embora agora aceitem a importação com base em análises científicas.
O governo japonês celebrou a reabertura, mas alertou que a retomada será gradual. “Exportadores precisarão se registrar novamente e apresentar certificados de saúde, de origem e de análise radioativa”, explicou o porta-voz Kazuhiko Aoki em coletiva nesta segunda-feira (30), em Tóquio.
Aoki acrescentou que, embora produtores de vieiras e pepinos-do-mar tenham buscado novos mercados durante o embargo, a expectativa é de que as vendas para a China — onde esses produtos são altamente valorizados — se recuperem progressivamente.
Tóquio continuará pressionando para que o embargo total seja revogado. A China era o maior mercado estrangeiro para frutos do mar do Japão, respondendo por mais de 20% das exportações antes da proibição.