Organizadores apostam em inovações que permitem “ver e sentir os sons” para envolver atletas e público com deficiência auditiva
A tecnologia digital será uma das grandes protagonistas nas Surdolimpíadas de Tóquio, que acontecem em novembro. O objetivo dos organizadores é criar uma experiência imersiva que conecte atletas e espectadores com deficiência auditiva aos momentos emocionantes dos jogos.
Em junho de 2023, a capital japonesa realizou uma competição para encontrar novas tecnologias que tornem os sons visíveis e táteis nos locais esportivos. A proposta vencedora será apresentada oficialmente neste que será o primeiro grande evento multiesportivo da cidade desde as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2021.
Nos eventos de tênis de mesa, por exemplo, sons como o impacto da bola e os aplausos da torcida serão traduzidos em palavras onomatopeicas, exibidas em monitores próximos às mesas, sincronizados com os momentos decisivos da partida.
No judô, os espectadores terão dispositivos em seus assentos que vibram para transmitir a sensação dos golpes e quedas dos atletas, permitindo que o impacto seja “sentido”.
Para as provas de natação, o público poderá usar óculos inteligentes, que mostrarão informações em tempo real sobre as competições.
Além disso, mensagens em língua de sinais e textos serão exibidas em telões em todos os locais de competição. Comunicados importantes, como anúncios dos atletas e alertas de emergência, também serão transmitidos por escrito.
Segundo Ryo Yorozuya, do departamento de promoção esportiva do governo metropolitano de Tóquio, o evento pode ter um impacto semelhante ao dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que impulsionaram melhorias de acessibilidade, como em estações de trem.
“Espalhar o conceito de comunicação sem barreiras será o legado desta Surdolimpíadas,” afirmou Yorozuya.
Com essas inovações, o Japão busca transformar a Surdolimpíadas em um modelo de inclusão e acessibilidade tecnológica, que poderá influenciar eventos esportivos no mundo todo.