Quase 90% das mulheres no Japão querem que parceiros compreendam saúde feminina, mas só 66% compartilham informações

Pesquisa com mais de 14 mil participantes revela barreiras na comunicação sobre menstruação, fertilidade e sintomas físicos; Ministério estima prejuízo anual de ¥3,4 trilhões.

Uma pesquisa realizada pela empresa japonesa Medley Inc., especializada em aplicativos de saúde, revelou que 86,3% das mulheres no Japão desejam que seus parceiros compreendam as mudanças físicas relacionadas à menstruação e tentativas de concepção. No entanto, apenas 65,9% compartilham essas informações com seus companheiros.

O estudo, feito em abril com 14.723 usuárias de apps da Medley, mostra que barreiras emocionais e falta de interesse dos parceiros dificultam a comunicação sobre temas de saúde feminina.

Por que muitas não compartilham?

Entre as mulheres que não compartilham essas informações, os principais motivos foram:

  • “Meu parceiro parece não se interessar”38,8%
  • “Não sei como e quando falar sobre isso”38,1%
  • “Não tenho confiança para me comunicar de forma eficaz”21,1%
  • “Tenho receio de que ele não entenda”20,9%

Mesmo entre as que compartilham, 18% disseram que seus parceiros têm pouca ou nenhuma compreensão dos temas abordados, indicando que comunicar não é o mesmo que ser compreendida.

Comunicação melhora relacionamentos:

Apesar das dificuldades, 50,2% das mulheres que compartilham informações sobre saúde com seus parceiros relataram melhorias na relação.
Alguns relatos incluíram:

“Meu parceiro passou a se importar mais comigo.”
“Ele começou a estudar sobre menstruação e saúde feminina.”
“Pude explicar que ele não era o motivo da minha irritação, e isso me trouxe alívio.”

A Medley destacou que mulheres enfrentam barreiras para se expressar, enquanto homens enfrentam barreiras para entender. A empresa sugeriu que ferramentas indiretas, como recursos de compartilhamento via aplicativos, podem ajudar a facilitar o diálogo.

Impacto econômico da saúde feminina:

Segundo o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, questões como síndrome pré-menstrual, distúrbios menstruais e menopausa causam um prejuízo anual de ¥3,4 trilhões (cerca de US$ 23 bilhões) à economia japonesa. O governo tem promovido medidas para enfrentar esses desafios, incluindo campanhas de conscientização e incentivo à pesquisa.

Com informações do Mainichi Shimbun