Regras mais rígidas reduzem em 44% o número de resgates no Monte Fuji

Após novas restrições e aumento da taxa de entrada, subidas imprudentes diminuíram e não houve mortes na temporada de 2025 pelo lado de Shizuoka.

O número de pessoas que ficaram presas ou precisaram de resgate no Monte Fuji pelo lado de Shizuoka caiu 44% em comparação com o ano anterior, após a implementação de regras mais rígidas de acesso, informou a polícia local.

Durante a temporada de escaladas, que vai de julho a setembro, cerca de 84 mil pessoas utilizaram as trilhas do lado de Shizuoka. Dessas, apenas 36 precisaram de ajuda, contra 64 em 2024, quando seis pessoas morreram.

A montanha mais alta do Japão, com 3.776 metros, vinha enfrentando problemas com escaladas perigosas, como as chamadas “bullet climbs” — subidas noturnas e sem descanso para alcançar o cume rapidamente — e com visitantes mal equipados, vestindo roupas leves, sandálias ou sem agasalho adequado.

Novas regras e taxas mais altas

Para conter o comportamento imprudente, o governo dobrou a taxa de entrada para 4.000 ienes (cerca de R$ 135) e proibiu o acesso às trilhas entre 14h e 3h, exceto para quem tivesse reserva em abrigo de montanha.

As mesmas medidas foram adotadas em Yamanashi, que abriga outra das quatro principais rotas de escalada do Fuji. Assim como em Shizuoka, Yamanashi também registrou queda significativa nos resgates desde a introdução das restrições.

Acidentes fora da temporada continuam preocupando

Apesar do sucesso das medidas durante o período oficial de escalada, acidentes ainda ocorrem fora da temporada, quando o acesso ao Monte Fuji é fechado.

Entre os casos mais graves, três homens japoneses foram encontrados mortos próximos à cratera em junho de 2024, e um turista americano de 60 anos foi resgatado com hipotermia. Em outro episódio, um estudante chinês precisou ser resgatado duas vezes em quatro dias — a primeira após passar mal no cume e a segunda ao tentar recuperar um celular que havia deixado no local.

Novas medidas em estudo

Diante desses incidentes, o governo de Shizuoka avalia multar alpinistas imprudentes e cobrar pelo uso de helicópteros de resgate, com o objetivo de desencorajar escaladas perigosas fora de época.

As autoridades destacam que, embora o Monte Fuji continue sendo um símbolo nacional e um destino turístico popular, é fundamental que os visitantes respeitem as regras de segurança e as condições climáticas da montanha.

“As medidas estão funcionando, mas ainda é preciso conscientizar os visitantes de que o Monte Fuji exige preparo e responsabilidade”, afirmou um porta-voz da polícia local.